Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.
Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.
Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.
A saudade é jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira
Quanto mais coça mais quer.
Patativa do Assaré (Antonio Gonçalves da Silva) - Assaré(CE)
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.
Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.
Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.
A saudade é jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira
Quanto mais coça mais quer.
Patativa do Assaré (Antonio Gonçalves da Silva) - Assaré(CE)
1909-2002
Cir, saudade mata. Eu sei.
ResponderExcluirbeijo
GED
É, quando não mata, maltrata pra caramba!!!
ResponderExcluirbeijo
Ci, maldade mata mais que saudade!
ResponderExcluirAmbas têm razão.
ResponderExcluirBeijo
GED
É mesmo, Le..., mas tem uma saudade que aniquila
ResponderExcluirqualquer criatura, sem dó nem piedade! Viche!!!?
Ci, deixei meu comentário inacabado. Maldade não mata mais que saudade em intensidade. Mata mais em quantidade, eu imagino. Nem sei. Sei que a saudade, como canta o Nelson Coelho de Castro, é uma faca afiada. Eu não gosto nem da maldade nem da saudade que não pode ser saciada porque ambas acabam sendo quase a mesma coisa. Anyway, lindo poema :)
ResponderExcluirbeijosss
GED, nem a razão tem razão que nem ela sabe mesmo se definir.
ResponderExcluirbeijo
BF
Ai, ai...e saudade é a dor no mebro amputado, é arrumar o quarto do filho que já morreu: lembrei da saudade do Chico, que dói até cantada!
ResponderExcluirBeijos,
maravilhoso poema! só conhecia Patativa de nome...mto bom o seu blog! bjao p vc
ResponderExcluirTania, arrumar o quarto do filho que já morreu é mais que isso, infelizmente.
ResponderExcluirbeijoss
Telma, o blog é do povo como o céu é do condor :)
ResponderExcluirSeja bem-vinda!
Arrumar o quarto do filho que já morreu é a mesma coisa que desarrumar a vida. A mesma.
ResponderExcluirSaudade do Patativa, que ouvi ao vivo em Canoa Quebrada no verão de 87. Saudade do verão de 87. O de 1987 e o de 2087...
ResponderExcluirSaudade de vocês, Cirandeira, Bípede e Tãnia - e de todos os amigos virtuais que fiz e ainda farei!
Beijos
P.S.: Estou bestíssimo com minha ilustração da Cris minimamente ajustada ao máximo
no cabeçalho!
Tuca, estou bestíssima por ela também, que o seu trabalho está magnífico!! E estou com saudades também, peste querida :)
ResponderExcluirbeijoss
Caramba! Que papo bom que a saudade despertou!
ResponderExcluirA saudade possui tantas nuances, tantos significados para tantos poetas e tantas pessoas
que talvez nem dê para definí-la!
Tuca! também tenho sentido muita saudade de tuas
visitas, de tua imaginação tão criativa, são tantos aiais! :)) Esse cabeçalho que criaste, ficou simplesmente maravilhoso!
Um grande beijo
Le, eu assino embaixo do que escreveste!
ResponderExcluirE o poema do Patativa é mesmo supimpa! Um cara como ele, que praticamente não estudou, mas tinha uma percepção e uma sensibilidade à flor da pele, só poderia mesmo escrever algo assim!
Adorei todas essas manifestações expressadas por aqui, que coisa boa!!!
beijos
Que maldade ter de sentir saudade...
ResponderExcluirAcho que não existe poeta com nome mais poético.
Beijo.
Telma, obrigada pela visita! Como disse a 'Bípede', o blog é de todos nós, melhor agora
ResponderExcluircom a sua visita! Volte sempre!!!
beijoss
Pois é, Marcantonio, mas vez em quando até que sentimos uma saudade gostosa, só de vez em quando!
ResponderExcluirO pseudônimo de Antonio Gonçalves da Silva é mesmo muito poético, a patativa é um pássaro que tem um canto meio melancólico, muito conhecida no sertão do Ceará. Ele, (o poeta), foi muito feliz ao adotar esse nome!
um beijo, Marcantonio
Que lindo poema! Saudade é tudo isso. Concordo em tudo com Tuca Zamagna; esse cara é genial. O pior é que enquanto perto daquilo que um dia nos fará sentir " a danada da saudade" não percebemos o bom momento.
ResponderExcluirExcelente!
Beijos
Mirze
Eu tenho o melancólico, só me falta o canto!!
ResponderExcluirCi, eu gosto tantos de conversar, mas ando meio calada sei lá porquê.
beijoss
Eu não conhecia o Patativa. Estou emocionada por ele.
ResponderExcluirMarcantonio, maldade grande, grande, grande!
ResponderExcluirQuem sabe é só uma fase, Lelena! Parece que ela está passando um pouco, não? Gosto muito de um bom papo, sempre, até quando estou melancólica :)
ResponderExcluirbeijoss
Saudade é uma palavra bonita, mas um sentimento que dói muito, Lelena, Ci...Não gosto de sentir não. Ah, o canto melancólico do pássaro (que nunca vi cantar, Ci, esse não vi...) deve ser bonito sim, que canto de pássaro é sempre bonito. Nome poético Patatativa escolheu... Tuca, saudades vc deixa quando não aparece. E tô achando é bonito demais esse vermelho lá em cima, Lelena. Anda calada? Fala em silêncio, que vc aprendeu a fazer isso tão bem, desenhando...
ResponderExcluirBeijos,
A saudade fere como uma lâmina!
ResponderExcluirBeijos,
AL
lindo!
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