terça-feira, 18 de outubro de 2011

Onde fincar os pés...





Onde fincar os pés senão nas estrelas?
Onde senão no sólido chão das estrelas?

Aqui? Aqui onde medra a flor?

Oh rosa!
Que amar senão tua inexistente essência? Que amar senão teu persistente sonho?

Isto?
Isto desta implacável gramática?

Oh rosa! Onde fincar os pés senão em tuas inexistentes pétalas?
Onde senão no inexistente sonho de tuas persistentes pétalas?

Aqui? Aqui onde tudo o que medra é só e apenas terra?

Oh tu embora da terra!

Oh tu embora do chão do coração! Que amar senão as estrelas?

Que amar senão as estrelas, que estrelas são, palpitantes

E as inconsistentes rosas

Que persistentes cantam dentro do meu coração?


Mário Fonseca, Praia, Cabo Verde (1939- )

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