terça-feira, 4 de outubro de 2011

Invenção de Orfeu

 .
Canto III

XIII

Uma janela aberta
e um simples rosto hirto,
e que provavelmente
nela se debruçou;
e nesse gesto puro
do rosto na janela
estava todo o poema
que ninguém escutou;
só a janela aberta
e o espaço dentro dela
.que o tempo atravessou.

  Jorge de Lima . . .


Imagem: uma das dezenas de colagens que o poeta produziu em sua fase surrealista e que publicou, juntamente com outras 51, no livro “A pintura em pânico”.
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7 comentários:

  1. Bela postage, seu Tuca! E vc está devendo umas boas histórias por aqui, no Mínimo...estamos aguardando...
    Beijos,

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  2. Se ela não te olhasse e se não soubesse disso, Jenny, eu não a teria postado!

    Devo e não nego, Tânia. Pago quando me lembrar que boas histórias são essas...

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  3. Eu releio o Invenção de Orfeu há 25 anos sem nunca tê-lo lido na ordem dos cantos, sempre em leituras expedicionárias. Será um livro sem fim para mim, por misterioso que é. Mas raramente se vê um poeta tão intenso em imaginação.

    "Um monstro flui nesse poema
    feito de úmido sal-gema.

    A abóbada estreita mana
    a loucura cotidiana.

    Pra me salvar da loucura
    como sal-gema. Eis a cura".

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  4. Leituras expedicionárias... é isso, Marcantonio!
    Também leio a Invenção de Orfeu, assim como o Livro do Desassossego, em expedições. É uma forma mágica de ler, porque os livros nuncam acabam.

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  5. Excelente entrada, no conocía su obra y me parece francamente interesante lo que subes.
    Cordiales saludos

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