quarta-feira, 14 de julho de 2010
FIM DE UMA ERA
Para mim a notícia tem o peso de uma morte, embora já anunciada. Após 119 anos de circulação, o Jornal do Brasil, o grande JB deixará de existir em versão material, isto é, sobre papel. Podem imaginar como folhear um jornal que não seja em papel ? E na hora do café, então, como saborear a leitura misturada aos farelos de pão num domingo lerdo com o sol rachando pela janela lá pelas 10 da manhã ? O JB será daqui para frente publicado virtualmente como forma de economizar milhões de reais para pagar dívidas que somam, dizem, mais de 100. Esta história ( verdadeira ) lembrou-me passagens de " A Caverna ", de Saramago, embora seja uma história bem diversa, mas em ambos os casos está no fundo a premência da economia de escala. Dia a dia vamos ficando órfãos, agora deste velho pai de 119 anos, lá do início da República do Brasil, ícone que resistiu a todas as ditaduras do Brasil, menos à econômica.
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Pois é Paulo. A "ditadura econômica" nada tem a ver com isso. Isso se chama incompetência administrativa ou outra coisa que prefiro reservar para mim. Agradeça a um senhor de nome Tanure. De todo caso, é de se lamentar a perda cultural que representa esta atitude tomada pela direção do JB. A Condessa talvez não tivesse permitido que se chegasse a isso. Não é o primeiro Jornal a tomar esta atitude e a "Gazeta Esportiva", que se refugiou na net, saiu do imaginário popular e não mais faz parte das conversas de bar e de rua. Agora é: "você viu no LANCE"? Sou leitor de jornais, gosto do tato e das mãos sujas...
ResponderExcluirNão sei nem o que sinto. Quero dizer, sei o que sinto mas não consigo escrever. Sinto-me em extinção mesmo sabendo que posso adaptar-me ao que for. Sei lá. Que punk!
ResponderExcluirÉ, Paulo.
ResponderExcluir"Folhear" um jornal digital não tem emoção. Leio muito na internet, mas nada substitui o bom e velho papel.
A lembrança do livro A Caverna, do Saramago (que adoro) se enquadra muito bem nesta "evolução" que vai engolindo tudo, deste crescimento econômico tão almejado em detrimento da qualidade de vida.
No romance é o velho oleiro que vê seu mundo e sua vida sendo engolida. Extremamente simbólico disso que se chama "evolução" e "civilização".
Grande abraço,
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com
Tarde: Grato pelo comentário. Sei que houve falha na administração do jornal, também. O piuor é isso que você diz: o JB, refugiando-se na NET, sai do imaginário popular e deixa de ser conversa de bar também.
ResponderExcluirBípede: Punk mesmo !
Dizem que a mídia impressa está morrendo. Não acredito nessa profecia. Como disse o Ivan Bueno, nada substitui o velho e bom papel. A última vez que li o JB, faz um mês quando estive no Riiio, achei uma droga. Nâo era ´nem um tablóide, mas um panfletinho de quinta categoria. Talvez apenas com a edição on line o serviço melhore. Quem sabe? Uma pena o Riiio ter hoje apenas um grande jornal.
ResponderExcluirMas, amigos, eu fico pensando naquela coisa de acordar cedo e pegar o jornal sob a porta...
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