sábado, 31 de julho de 2010
Santo Agostinho, Trechos do livro Confissões
Nota de Lisarda- Santo Agostinho(354-430, patrono de teólogos,cervejeiros e impressores, é considerado um laço entre a época antiga e a Edade Media.Aquí, um trecho das Confissões, das quales temos várias postagems sobre a memória na lisarda.blogspot.
Copio um trecho interessante de Miguel Duclós (em http://www.consciencia.org)em que analiza o dito livro.
No Livro X das Confissões Agostinho faz uma brilhante exposição sobre a memória, chegando mesmo a dizer que a memória é o espírito, ou a parte mais importante da alma humana. Nesta exposição está contida o grosso da doutrina Agostiniana de reminiscência, e suas adaptações em relação ao platonismo. Farei mais um vôo panorâmico para explicá-la.
A memória era importante já desde a cultura helênica clássica. Na Teogonia de Hesíodo ela aparece como parte da primeira geração divina, como uma deusa, filha de Urano e Géia ( mnemósina ), que, amada por Zeus, foi mãe das nove Musas. De uma forma geral, pode-se dizer que sem memória não é possível conhecer. A memória está também associada ao destino das almas quando a morte ocorre e ela deixa o corpo, para ir ao Hades. Existe um poema órfico (9) que pretende guiar a alma ao chegar na mansão de Hades: (10)
”Encontrarás à esquerda da Mansão do Hades, uma fonte,
E a seu lado, um branco cipreste.
Não te aproximas deste manancial.
Mas encontrarás um outro junto à Fonte da Memória,
De onde fluem águas frescas e, diante das quais há guardiões.
Diz-lhes: “Sou um filho da terra e do céu estrelado;
Mas minha raça é do céu (somente). Vós próprio o sabeis.
E – ai de mim! – estou ressequido de sede, e pereço. Dai-me rapidamente
A água fresca que flui da Fonte da Memória”.
E eles mesmos te darão de beber do manancial sagrado,
E desde então tu dominarás entre os outros heróis”. (11)
As almas puras devem beber da sagrada fonte da memória, ao passo que as almas impuras devem banhar-se no rio Lete afim de se esquecer de seus “pecados” e iniquidades e poderem reencarnar. As almas puras poderão manter seu Ser e habitar junto aos deuses, em companhia dos heróis.
Mas voltemos à Agostinho. Diz o bispo de Hipona que nos recônditos do palácio da memória estão guardados todas as sensações e vivências dos indivíduos. Nas inúmeras concavidades e recônditos secretos estas imagens apresentam-se à inteligência, que as une, relaciona e ordena. Algumas imagens que residem na memória são fornecidas pelos sentidos, mas o entendimento que reside na memória não é. No livro X, capítulos 10-12 das Confissões , o autor exemplifica afirmando que, apesar de ter ouvido haver três espécies questões (12), não foi por nenhum dos sentidos do corpo que atingiu o significado contido nestes sons, mas o viu somente em espírito. Da mesma maneira, as inúmeras regras dos números e das dimensões estão guardadas na memória, mas não vieram pelos sentidos. Como resume Agostinho “os números são uma coisa e as idéias que eles exprimem outras”. (13)
De uma forma diferente, a felicidade também habita na memória. O homem antes do pecado original, foi em um tempo feliz, e ainda há resquícios desta felicidade. A vida feliz só pode ser alcançada quando se busca a Deus. É voltando a ele que o homem atinge a verdadeira felicidade, e seu ser se completa. Como diz Agostinho, “Tarde Vos Amei, Senhor”, pois sem que ele o soubesse, Deus sempre esteve presente em sua vida, e sua desesperança só teve fim quando retornou à Deus, ou quando se lembrou de Deus. Esta volta só pode ser feita por intermédio do Cristo. A teoria agostiniana de reminiscência afasta-se da teoria platônica, contudo. Nesta, a alma contempla as Formas eternas antes de nascer, em outro mundo. (14) Em Agostinho a contemplação da luz divina não é uma lembrança da vivência anterior da alma, mas uma irradiação presente. Deus ilumina o intelecto com sua luz, tornando-o capaz de conhecer segundo sua ordem natural.
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ruim
ResponderExcluirnao gostei nao me ajudou no meu trabalho
ResponderExcluiraff nao consigo achar a respostaaaar aff
aff
aff
aff
ninguem mereçe