[Andrea de Godoy Neto]
(artista: Anónimo de la Piedra - obra da série:Paisaje Cultural )
Sentada à beira do poço, que habita minhas entranhas,
a ele lancei olhares, pedras, flores
lancei-lhe moedas (quem sabe fosse este um poço dos desejos?)
a ele lancei lamentos, pedidos, preces
quando mais agitada, a ele lancei meu grito
quando já mais calma, lancei-lhe beijos
Sentada à beira do poço, que habita minhas entranhas
já fiz de tudo,
lancei-lhe estrelas e nuvens, espadas e poemas
mas, nada retornou a mim
é muito profundo, o poço que me habita as entranhas
Agora, sentada à beira dele
lanço-lhe uma linha de pesca e espero
de tudo o que lhe lancei, algo eu hei de pescar
então vou me sentar e, pacientemente, aguardar
de tudo o que lhe lancei,
o que me há de retornar.
a ele lancei olhares, pedras, flores
lancei-lhe moedas (quem sabe fosse este um poço dos desejos?)
a ele lancei lamentos, pedidos, preces
quando mais agitada, a ele lancei meu grito
quando já mais calma, lancei-lhe beijos
Sentada à beira do poço, que habita minhas entranhas
já fiz de tudo,
lancei-lhe estrelas e nuvens, espadas e poemas
mas, nada retornou a mim
é muito profundo, o poço que me habita as entranhas
Agora, sentada à beira dele
lanço-lhe uma linha de pesca e espero
de tudo o que lhe lancei, algo eu hei de pescar
então vou me sentar e, pacientemente, aguardar
de tudo o que lhe lancei,
o que me há de retornar.
(Republicação daqui)
Lançaste tanta beleza, tanta coisa preciosa em
ResponderExcluir"teu poço", que acabarás pescando algo valioso,
certamente!
Beijos
Bonito, mas na minha interpreta©ão senti tristeza por esse alguém que espera junto a um poço o retorno de algo que se atirou para a profundeza das àguas. Num poço habitam aguas paradas, sem vida e jamais ouvi falar de algo que tenha retornado de um poço. No entanto na tristeza destas palavras consigo encontrar a sensibilidade de quem as escreveu. Parabéns. Beijo
ResponderExcluirQuando já não se espera, alguma coisa volta.
ResponderExcluirE eu espero que ainda exista água nesse meu poço...
ResponderExcluirCirandeira, assim eu acredito. Afinal, "pescamos" da vida o que a ela lançamos, não é?
ResponderExcluirbeijo grande pra ti
Ahh, Lou, mas o poço que habita dentro da gente é sem fundo, nada parado...um grande buraco branco repleto de tudo o que somos.
ResponderExcluirÉ deste que espero o retorno de mim.
obrigada por tuas palavras,
grande beijo
Ignacio, esse é exatamente o espírito da coisa...
ResponderExcluirabraço pra ti
Elias, creio que exista o que nós colocamos lá...
ResponderExcluirum abraço
Tenho certeza disso, Andrea. Cada um de nós
ResponderExcluirpossui seu próprio poço, onde "depositamos" coisas boas e ruins, embora muitas vezes independa de nossa vontade. Associo esse "poço"
ao nosso inconsciente, onde guardamos os nossos
segredos..., muitas vezes inconfessáveis!!
Beijooo
Será que lembraremos das coisas que retornarão? Serão outras, e nós, não?
ResponderExcluirSó uma bobeirinha para seus lindos versos.
Beijo.
Cirandeira, excelente essa associação. Afinal, onde mais depositaríamos nossas experiências, senão dentro de nós mesmos? E de onde mais eleas nos retornariam, não é?
ResponderExcluirbeijoss
Larinha, não tem nada de bobeirinha isso que dizes. É a mais pura realidade. Penso que as coisas que retornarem jamais serão as mesmas, assim como nós, que somos outros a cada minuto.
ResponderExcluirmas afinal, o retorno de quem planta uma semente pode ser uma flor, uma árvore, um fruto...né?
beijo.
Andrea,
ResponderExcluirQuem semeia palavras colhe versos...
Quem semeia caricias, colhe amor!
BeijOOO
AL
e é tãõ fácil nos perdermos quando nos voltamos para dentro de nós mesmos...
ResponderExcluirbeijos e agradecido pelas visitas ao Rembrandt
abraço
À medida que vamos caminhando na vida vamos lançando sementes. Algumas germinam, outras nem tanto. O percurso vai-nos construindo, mas fica sempre a incógnita daquilo que nos espera, daquilo que conseguimos tirar do nosso poço.
ResponderExcluirGosto do seu jeito de fazer poesia.
Beijo
Retornei pra desfrutar de teu lirimo...
ResponderExcluirLindo!
Beijos, flor*
Nossa! Maravilhoso! Porque no poço há água pode ser pura e, se soubermos puxar o balde, ela há de nos refrescar e hidratar.
ResponderExcluirLindo. Lindíssimo e cheio de vida o seu poema!
poço sem fundo?
ResponderExcluirimagem tocante essa do poço e da busca e das respostas,
ResponderExcluirbeijo
o que mais me inquieta nos poços é nunca saber que profundidade têm, se alguma vez os alcançaremos ou ainda se por detrás do espelho de água ondulante se esconde a luz. mas, pior que tudo, é quando o poço é o dióxido de carbono que não conseguimos deixar fugir das veias...
ResponderExcluirum beijinho, andrea querida!
p.s. elegantíssimo o teu renovado blogue.
Que lindamente fantasiosa
ResponderExcluiressa ideia de pescar-lhe
tudo que havia jogado ao poço!
Beijo,
Doce de Lira
Al, e quem semeia poesia, colhe pessoas encantadoras como tu?
ResponderExcluirbeijo grande
Juan, fácil mesmo. Parece que somos engolidos pelo imenso buraco sem fundo que nos habita.
ResponderExcluirAinda bem que a gente volta, né?
obrigada a ti,
beijos
AC, bem verdade que a incógnita existe, mas uma coisa eu sei... só não podemos tirar de lá o que nunca, lá, lançamos.
ResponderExcluirgosto do teu olhar sobre minhas palavras
beijo
Cris, vai ver estou aprendendo um pouquinho por viajar no teu trem.. =)
ResponderExcluirbeijo imenso
ô Bípede, obrigada!
ResponderExcluirSabe que eu gosto muito desse teu jeito de olhar as coisas? Acompanho os teus comentários em outros blogues, visão bem peculiar a tua :)
beijos
Jaime, totalmente sem fundo...rs
ResponderExcluirainda bem, né? Me apavora a ideia de ser rasa.
abraço pra ti
Assis, obrigada. Mas o que me toca mesmo é a tua poesia
ResponderExcluirbeijo, poeta!
Jorge, eu gosto mesmo é dos poços sem fundo...
ResponderExcluirmas, querido, este dióxido de carbono é por demais tóxico, atrevo-me até a sugerir uma sangria...é terapêutica, e força o tecido sanguíneo a se renovar..renovado, ele transporta mais oxigênio.
um beijinho de imenso carinho por ti, amigo poeta!
p.s. Que bom que gostaste da nova roupagem =)
ah, Renata, obrigada!
ResponderExcluirnão sei se é fantasia ou esperança...mas algo há de sair de lá, né?
beijo
Creio que a arte deve ser superada, que o artista tem que transcerder sua obra para que a sensibilidade esteja em toda ajornada, e a sociedade transformada.
ResponderExcluirvisite meus blogs:
www.espadasepoemas.blogspot.com/
www.esculturasbigarella.blogspot.com/
www.arqbigarella.blogspot.com/
www.culthumana.blogspot.com/
www.mithoit.blogspot.com/
obrigado
Parabens gostei muito, fiz vários blogs, mas você os definiu com maestria
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