sexta-feira, 23 de julho de 2010

ISMÁLIA

Na livro de Mônica Menezes, Estranhamentos, há um poema interessantíssimo intitulado "Como Ismália", quando a poeta parte da ideia contida no poema "Ismália", de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), para construir a sua personagem poética tal como aquela famosa, que enlouqueceu...

ISMÁLIA
Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


Ilustração: Lua, de Tarsila do Amaral.

5 comentários:

  1. Belo, não é, Gerana?

    "E o sino chora em lúgubres responsos:
    "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

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  2. Gosto muito desse poema. Fiquei curiosa para ver o de Mônica.

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  3. Gerana...
    eu amo Ismália...
    sua poesia...sua torre...
    sua lua...e seu mar...
    E sou muito suspeita para falar de...
    Tarsila do Amaral...
    Acho o trabalho dela maravilhoso...

    Beijos
    Leca

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  4. Seria bom que o poema de Mônica estivesse junto para travar o diálogo poético.
    Fátima

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  5. Também fiquei com vontade de reler o poema de Mônica, tão belo quanto esse. Bjos.

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