Na livro de Mônica Menezes, Estranhamentos, há um poema interessantíssimo intitulado "Como Ismália", quando a poeta parte da ideia contida no poema "Ismália", de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), para construir a sua personagem poética tal como aquela famosa, que enlouqueceu...
ISMÁLIA
Alphonsus de Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Ilustração: Lua, de Tarsila do Amaral.
Belo, não é, Gerana?
ResponderExcluir"E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Gosto muito desse poema. Fiquei curiosa para ver o de Mônica.
ResponderExcluirGerana...
ResponderExcluireu amo Ismália...
sua poesia...sua torre...
sua lua...e seu mar...
E sou muito suspeita para falar de...
Tarsila do Amaral...
Acho o trabalho dela maravilhoso...
Beijos
Leca
Seria bom que o poema de Mônica estivesse junto para travar o diálogo poético.
ResponderExcluirFátima
Também fiquei com vontade de reler o poema de Mônica, tão belo quanto esse. Bjos.
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