segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um dia qualquer


         Ele já a aguardava na porta quando ela apareceu cheia de sacolas. Apanhou a maior em silêncio, acendeu a luz e parou diante do elevador como se fosse um dia qualquer. Ela fingiu que era. A porta abriu-se, e eles entraram na pequena caixa laranja. Do décimo terceiro andar, aterrizaram na garagem sem nenhum passageiro ou turbulência. Ela seguiu caminho, respirando fundo, e não mais simulou um sorriso para a intrusa câmera. Comentou, em poucas palavras, a insistente aversão que sentia à vigilância eletrônica e, antes de ouvir uma resposta, atirou a pergunta “ tem certeza que você quer me levar?”. Como ele nada disse, ela conferiu o horário do bilhete, desapertou a pulseira do relógio e parou em frente ao porta-malas.

Continua em Contos Marginais

Um comentário:

  1. Querida Bípede...
    Um dia qualquer...
    Parece promissor...
    vou lá conferir...
    já adorei...
    um elevador...um porta-malas...
    beijos
    Leca

    ResponderExcluir