Este é um texto mais antigo, já postado em O Passar dos Dias, mas eu o trouxe aqui por ser o texto mais acessado em meu blog, e um dos meus preferidos, por sua leveza e simplicidade.
Estávamos na sala. Um beija-flor se aproximou das flores coloridas cuidadosamente plantadas na floreira. A criança, em sua ingenuidade, disse: - “Que lindo, quero ele pra mim!” E eu não soube o que responder frente a este pedido de significado tão triste. Queria dizer a ela que existem coisas belas e que amamos, mas que nunca poderão ser nossas. Que até poderíamos capturar o beija-flor e prendê-lo em uma gaiola, perto de nós, mas ele morreria em pouquíssimo tempo. “Meu anjo, se tivermos sempre flores, ele virá nos visitar. E assim, o teremos para sempre, e ele será, de certa forma, nosso.” – limitei-me a dizer. E eis que veio outra pergunta, com uma vozinha triste e inconformada: -“Mas se eu quiser pegar ele na mão e fazer um carinho?” Então uma lágrima rolou em meu rosto, e eu não tive palavras para consolá-la, pois eu sei bem o que é não poder abraçar quem se ama.
Renata,
ResponderExcluirCuidadosa escolha trazer novamente este texto aqui. Foi a primeira vez que li e é impossível não se emocionar.Sem dúvida ele tem uma simplicidade e leveza, mas ao final trata de uma dor que é difícil colocar em palavras...
Muito, muito bom. Uma pérola de antologia. Belo, ternurento e repleto da dor sincera com que se escreve a verdadeira literatura.
ResponderExcluir~~~~
é lindo, de uma simplicidade e poesia que deixam até a dor um pouco mais doce.
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