quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Casa

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Eis a minha casa:

a luz em silêncio, já cinza carvão
a forma da asa
em desalinho, que apesar
do turvo grão da terra, que dentro

da mão,
o todo cada nome que se pronuncia
como uma sílaba mais no cada poro
do corpo,
ainda meu.

Sou
nos que me são

e aos que trago
por meus, sou chão
a ruga de espaço                                           
o apesar do silêncio,
que me cabe na mão, o cada nome
dos meus,
e então fui sou serei,
sou neles
o primeiro dos afluentes de mim.


Maio 10, 2012

[imagem: reprodução de My Father’s House (?), Eva Ryn Johannissen]


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6 comentários:

  1. Afluente que deságua em poesia!
    Belíssimo poema, Leonardo!

    um forte abraço!

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  2. "A luz em silêncio já cinza-carvão... Uma linguagem que me lembra um poeta barqueiro que entende de rios e almas.

    BELO!

    Bravo, Leonardo

    Mirze

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  3. Olá entrei para fazer uma visita e adorei.
    Já estou te seguindo.

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  4. tão tão belo... tão casa...

    o melhor dos meus abraços, querido Leonardo!

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