quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Aonde iremos agora, amigos meus?"


Todas as sociedades indígenas das Américas, fossem quais fossem os seus defeitos, eram civilizações jovens e criativas. A conquista espanhola deteve-as, interrompeu-lhes o crescimento e deixou-as com um legado de tristeza, eloquente nas "visões dos vencidos", como as denomina Miguel León-Portilla, que coligiu seus escritos. Essa tristeza foi cantada pelos poetas maltrapilhos do mundo indígena derrotado:

Aonde iremos agora, amigos meus? O fumo se levanta,
A névoa em tudo se espalha. Chorai, amigos.
As águas estão vermelhas.
Chorai, chorai, que nós perdemos a nação asteca.

O tempo do quinto sol havia se esgotado.

Carlos Fuentes, em O Espelho Enterrado.
Nascido na Cidade do Panamá em 1928, naturalizou-se mexicano em 1944, passando a residir na Cidade do México. Era romancista, ensaísta e embaixador, nos deixando um grande legado literário. É autor entre outros, de Gringo velho, A morte de Artemio Cruz, A Campanha, Diana ou a caçadora solitária. Faleceu no dia 15 da maio de 2012. 

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