domingo, 27 de fevereiro de 2011

Salvo-me de mim mesmo


Salvo-me de mim mesmo

Perco-me dentro de mim,
Como em rios,
meu sangue me leva por veias
que me despejam pela boca.
Não, não sou levado ao coração,
Posto que este, o sou.
Punido pelos meus desejos pecaminosos,
Me encolho num ato de arrependimento
e culpa.
A Deus, clamo.
E a cruz é meu castigo, e minha punição.
Mas não a quero, não sou capaz de encará-la.
Fúria,Angústia e Vergonha,
me absorvem e me batem na face,
A outra?
Jamais, posto que não a tenho.
Pois perdi na ilusão de Te encontrar,
Me perdi e junto comigo, minha face.
Represento a escória para teus filhos
que me chamam de irmão,
mas um vizinho padece ao chão,
-Bastardo!
A irmã do mal me acolhe,
-Aceito,
Gritos, Gargalhadas, Loucura,
Tão bela e contraditória!
Em posição fetal adormeço e
sonho que tudo é Realidade.
Salvo-me de mim mesmo,
dos meus desejos,
dos meus medos,
das minhas descrenças,
das minhas loucuras,
da minha singular-mente.

Alexandre Pedro
03,Out-2010.

Fotografia: Alexandre Pedro

***Este poema tem seus DIREITOS AUTORAIS registrados na Biblioteca Nacional. Reprodução somente possível com pré autorização do autor, Alexandre N. Pedro.
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