quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Mendigo e a Nota de 50


Ontem cheguei do trabalho e resolvi bicicletear. Pequei minha bike (é assim que elas são chamadas hoje), aparelho mp3, fone de ouvido, uma nota de 50, identidade e sai pedalando pela ruas de Porto Alegre em direção ao centro. Na av. Independência consegui ouvir -- apesar do rock and roll que tocava -- uma voz me chamando: moço, moço.


Gostei do "moço" e parei. Olhei para trás e era um mendigo, um lumpen, um verdadeiro outsider, segurando a minha nota de 50 que havia caído na calçada. Parei a bicicleta e ele veio na minha direção e me entregou a nota. E disse: ela caiu do seu bolso.

Fiquei sem saber o quê dizer, mas disse: olha, eu só tenho essa nota, não tenho mais dinheiro e gostaria de te gratificar. Ele me olhou e eu olhei para ele. Ficamos em silêncio por alguns poucos segundos até eu falar: de qualquer forma, muito obrigado. E fui embora, enfiando a nota de 50 no meu bolso.

Esse fato me incomodou. O que poderia fazer? Dar a nota para o mendigo? Trocar a nota em algum lugar e dar um troco para ele? Ou fazer como eu fiz, dizer um simples obrigado e ir embora?

7 comentários:

  1. That was an unusual circumstance. I would be confused also. Perhaps if the beggar is usually at the same place you could find him again - and offer a small token of thanks (money or food). If not, you have shared his plight here and we all have more awareness of those with less than us.

    Nice image of your bicycle! Ride it in good health. :)

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  2. Se sou eu, ele leva até a bicicleta *risos*. Falando sério, eu teria dado o dinheiro para ele, mas sei que na hora essas decisões são complicadas.

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  3. Eu pagaria um café pra ele num boteco, se tivesse algum por perto. De qualquer jeito, que fotografia é esta, uma vela numa bicicleta?

    http://galeriaeduardofonseca.blogspot.com

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  4. Você, e ele, fizeram o que deveria ser feito.
    Boas ações e honestidade não devem ser recompensadas com dinheiro; tenho certeza de que o mendigo (seria mesmo mesndigo?) não entregou o dinheiro esperando algo em troca.
    E quabdo possível, creio que você não hesitará em saciar-lhe a fome.
    Abs

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  5. Pessoal, eu poderia fazer tanta coisa e não fiz. Não sei se houve omissão. Talvez sim, talvez não. Tudo aquilo foi inusitado e tudo aconteceu muito depressa e não havia ali perto nenhum bar ou estabelecimento para trocar o dinheiro e dar uma recompensa para o mendigo.

    A vela numa bicicleta é uma foto que pesquei no www.ffffound.com para ilustrar o post.

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  6. Rapaz (ou moço), concordo 100% com a Andrea Berger. Honestidade não é para ser gratificada, ela não deveria ser exceção, mas a regra, embora no mundo atual pareça o contrário. O "mendigo" demonstrou grande dignidade, dar-lhe uma recompensa seria como menosprezá-lo, por estranho que pareça.

    Abraço.

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  7. Eu te entendo!
    Uma pessoa que precisa, encontra um dinheiro que lhe faria comer bem e...devolve!
    Não é o caso de gratificações por honestidade ou nada do tipo é...carinho por outro ser!
    Quando um amigo nos faz uma gentileza no aniversário, ficamos agradecidos e fazemos o quê? Retribuimos.
    Por que então não retribuir algo tão generoso(afinal nem se trata de honestidade, afinal ele achou a nota) de uma pessoa estranha?

    Será que se voltar a este lugar, não poderia dar a sorte de encontrar esta pessoa e retribuir com um lanche?
    Se não encontrá-lo não fique pensando que fez mal, apenas pense se isso se repetir de alguma forma o que mais poderia fazer!*))

    Abraços.

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