quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sem o espanto, eu não faço





A idade é uma aliada ou uma inimiga do poeta?

Ferreira Gullar: Com o avanço da idade, diminuem a vontade e a inspiração. A gente passa a se espantar menos. Tem poeta que não se espanta mais, mas insiste em continuar escrevendo, não quer se dar por vencido. Então ele começa a escrever bobagens ou coisas sem a mesma qualidade das que produzia antes. Saber fazer ele sabe, mas é só técnica, falta alguma coisa. Não se faz poesia a frio. Isso não vai acontecer comigo. Sem o espanto, eu não faço.

Escrever só para fazer de conta, não faço. Eu vou morrer. O poeta que tem dentro de mim também. Tudo acaba um dia. Quando o poeta dentro de mim morrer, não escrevo mais. Não vou forçar a barra. Isso não vai acontecer. Toda vez que publico um livro, a sensação que tenho é de que aquele é o definitivo. Escrever um poema para mim é uma grande felicidade. Se não acontecer, não aconteceu.

 http://antoniocicero.blogspot.com.br/2012/10/ferreira-gullar-entevista-revista-veja.html

7 comentários:

  1. Estou com ele e não abro.
    Ou é de verdade, ou não quero!

    beijoss

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  2. GOsto!
    ...e com a idade dele "muita sensibilidade.
    Só os bons se mantém firmes e verdadeiros.
    beijim

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  3. Olá amiga, concordo com ele, não dá p forçar a barra se não tiver inspiração melhor não inventa-la, gostei do texto! Abraçooss

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  4. Olá, Tania,
    Escrever é ancorar, ainda que o cais seja estreito, dizendo para o que veio. Para Ferreira Gullar é mais fácil dizê-lo pela estrada que já percorreu.
    Vou dar uma olhada no site do Antonio Cícero. Deve ser reconfortante...
    beijoss

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  5. Gullar tá morto e não sabe. Revista Veja, tinha algo mais reacionário, não?

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  6. Realmente não dá pra escrever só pra evitar escaras na linguagem. Poesia não é relatório.

    Abraços!

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