Em minha casa há um poço profundo onde
flutuam as antigas máscaras dos deuses.
Na fachada, dois abismos cor-de-mel arrastam os que ousam perscrutar
seus mistérios. Ela é de pedra e de nuvens. Alicerça-se nas terras molhadas do pântano e,
assim, desliza, dissimulada, por caminhos diversos. Sua porta pequena entreabre-se
para que galope o verbo ferroz e ressoe o grito. Às vezes, um insinuado
sorriso convida a que alguém entre, deixando, porém, os sapatos lá fora.
Em minha casa mora um homem de discursos
breves, feito de retalhos de muitas eras. Lógico, raciocina com a exatidão
profunda dos homens aquáticos e age com o ímpeto dos homens em chama. Ele quase nunca chora. Quando o faz, torna a
terra mais alagadiça e faz brotar em meus olhos um lírio d’água.
(...)
(O restante do texto está no roxo-violeta: http://roxo-violeta.blogspot.com.br/)
vou lá visitar a tua "casa"
ResponderExcluirbeijo
Amei sua visita à Casa da Imaginação, Laura.
ExcluirBeijos,
Tentando alcançar a equação deste silêncio
ResponderExcluirp/ Tânia Regina Contreiras
homens em chama e lírios d'água:
eu me queimo e me inundo
beijo
beijo
Um belo resultado, Assis! :-)
ExcluirBeijos,