quarta-feira, 10 de outubro de 2012

(Dos sonhos IX): O galope do verbo em casa onírica



Em minha casa há um poço profundo onde flutuam as antigas máscaras dos deuses.  Na fachada, dois abismos cor-de-mel arrastam os que ousam perscrutar seus mistérios. Ela é de pedra e de nuvens.   Alicerça-se nas terras molhadas do pântano e, assim, desliza, dissimulada, por caminhos diversos. Sua porta pequena entreabre-se para que galope o verbo ferroz e ressoe o grito. Às vezes, um insinuado sorriso convida a que alguém entre, deixando, porém, os sapatos lá fora.
Em minha casa mora um homem de discursos breves, feito de retalhos de muitas eras. Lógico, raciocina com a exatidão profunda dos homens aquáticos e age com o ímpeto dos homens em chama.  Ele quase nunca chora. Quando o faz, torna a terra mais alagadiça e faz brotar em meus olhos um lírio d’água.
(...)
(O restante do texto está no roxo-violeta: http://roxo-violeta.blogspot.com.br/)

4 comentários:

  1. Tentando alcançar a equação deste silêncio

    p/ Tânia Regina Contreiras

    homens em chama e lírios d'água:
    eu me queimo e me inundo


    beijo

    beijo

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