Se...
Não despencassem tanto as letras
do olhar das palavras,
seria ela capaz de juntar as frases
e de esquecer as linhas
retas de réguas e de centímetros
imponderáveis em longas distâncias.
Se...
Não andassem tão velozes os dedos,
poderia ela amaciar
o toque sobre o teclado
e diminuir o ruído da chuva
e identificar os ruídos dementes do coração.
Se...
Não se quebrasse tanto a escrita
e dela não surgissem tantos trechos
e tantas personagens,
tingiria ela de vermelho
o que se esconde no preto no branco
da pele encharcada de amor.
Se. Adoro o "Se". E escrevi lá no Bípede: "Na condicional revelamos as águas represadas (mas abundandes) da alma. Um poema que, sem fazer rumor, promete uma inundação a qualquer hora. Com a tua marca. Singular. Sinuoso e belo."
ResponderExcluirBeijos outra vez