O céu cai e dele desce uma bailarina muito sorridente. Quem ainda guarda os sonhos de menina? Pois que esse foi um sonho da mais tenra infância do qual nunca esqueci. Nunca relatei a ninguém, estou falando dele agora. Lembro exatamente da sensação que me provocou e das transformações que ocorreram em mim a partir disso.
Eu que achava que o céu era o limite. Eu que, angustiada, via beleza no céu azul, mas, ao mesmo tempo, sentia-me asfixiada pelo firmamento. Eu que resistia, intimamente, a acreditar na finitude das coisas, que fazia do “além” a minha filosofia infantil.
Quando o céu caiu, o porte e a beleza da bailarina pouco me disseram. A queda do céu – isso sim – é que foi a grande anunciação. Foi ali que descobri a ilusão dos limites e das fronteiras. Entendi que o caminho seria para sempre duvidar das linhas de demarcação que a vida me impunha. Meu céu caído talvez tenha sido a minha primeira transgressão. Nunca ninguém jamais poderia, então, falar-me de fim, finitude, muros, paredes, cercas, fronteiras. Talvez ali eu tenha compreendido que sabia voar.
Sim! Sabemos, quando vemos que o impossível é possível - acreditar torna-se forte. Essa é a lei do que antes era escuro, é possível lançar luzes. Amei sua narrativa!
ResponderExcluirbeijos
Beijos, Lu, obrigada pela leitura.
ExcluirA fantastic heading!
ResponderExcluirTaninha, o céu que nos protege é o mesmo que nos bate.
ResponderExcluirEu também caí do meu. Foi daí que resolvi confiar mais nas nuvens rsrs
Tou gostando de ler os seus textos.
Que bom que você está escrevendo!
Beijoss :)
Sonhos e nuvens...precisamos falar deles...rs
ExcluirBeijo, Lê e obrigada pela leitura.