À noite o giro cego das estrelas,
errante arquitetura do vazio,
desperta no meu sonho a dor distante
de um mundo todo negro e todo frio.
Em vão levanto a mão, e o pesadelo de um cosmo
conspirando contra a vida me desterra no meio
de um deserto onde trancaram a porta de saída.
Em surdina se lançam para o abismo
nuvens inúteis, ondas bailarinas, relâmpagos,
promessas e presságios,
sopro vácuo da voz frente à neblina.
E em meio a nós escorre sorrateira
a canção da matéria e da ruína.
Dante Milano, (1899-1991)
O sangue é um rio de ruínas que a gente camufla por entre as frases navegantes de palavras.
ResponderExcluirbeijos, Ci.
Disseste uma grande verdade, Lê, sentí na minha jugular :)
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Hei de ter ouvido essa canção, que os versos trouxeram-me nostalgia!
ResponderExcluirBeijos, Ci!
Quem sabe, não é. Tânia? Nossa memória é mesmo surpreendente, quando menos esperamos...:)
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P.S. mudei a configuração dos comentários do 'cirandeira', dá uma "testada" !!