Recentemente a França decidiu proibir a burca, vestimenta que cobre inteiramente rosto e corpo das muçulmanas. Não pela razão certa, creio eu: que seria a das dificuldades que tal disfarce impõe às autoridades policiais. Mas sim pela razão errada, a de que a mortalha islâmica é um instrumento de opressão para as mulheres religiosas.
Posso imaginar muitas situações em que a burca pode ser um instrumento de liberdade, não de opressão. A mulher adúltera, o jovem homossexual, o fugitivo da polícia, não teriam roupa melhor a usar em seus escapes do que o suposto uniforme da violência patriarcal.
O problema dessa lei, entretanto, está em outro ponto, que contradiz tudo o que a bela tradição revolucionária francesa sempre afirmou. A saber, o fato de que a liberdade deve ser uma conquista, não um direito concedido pelo Estado.
Não é o mesmo fenômeno que vemos no caso da Líbia e do Iraque?
Acredita-se, no Ocidente, que se pode dar a democracia a quem a deseja. Uma pequena ajuda, como ocorreu na África do Sul, e em certa medida a partir da visita de Jimmy Carter ao Brasil, pode ser naturalmente bem-vinda. Mas, de duas, uma: ou o próprio oprimido conquista sua liberdade, ou a liberdade conquistada será uma mentira.
Escrito por Marcelo Coelho
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ResponderExcluirrealmente uma situaçao muito complicada.
ResponderExcluirmuito interessante a ultima frase
"ou o próprio oprimido conquista sua liberdade, ou a liberdade conquistada será uma mentira"
abraço
Milton
Creio que há muitas opressões, que não são notadas facilmente face à sua forma concisa, mas que no conjunto destroçam com seu poder de silêncio os âmagos desprovidos de sentinelas. Concordo com sua assertiva sobre a proibição da burka: uma limitação não deve ser remédio para as outras.
ResponderExcluirForte abraço!
Até que ponto proibir alguém de fazer algo é dar-lhe realmente liberdade? Porque se a estamos a proibir de algo, estamos desde já a condicionar a sua liberdade ou não?...
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