sábado, 14 de maio de 2011
Horácio Fiebelkorn, Sobre o tempo que se perde em buscar o tempo perdido, com tradução de Virna Teixeira
Sobre el tiempo que se pierde en buscar el tiempo perdido
Los discos de vinilo decían
“33 ½ r.p.m” aunque las bandejas
andaban siempre un poco más lento
o un poco más rápido. De modo tal
que la música nunca fue
lo que nuestro oído creía percibir. Y así
de las miles de veces que escuchamos
“A day in the life”, “Las cuatro estaciones”,
“Lady Jane”, “Los mareados” o
“Visions of Johanna” resultan
largas horas robadas por el tocadiscos
a la pieza original, o en su defecto
versiones prolongadas que agregaban
minutos a la música, voces más gruesas,
bajos más bajos, largos pasillos entre notas.
Acaso la única opción a mano para que vuelva
la música perdida sea girar el disco en sentido inverso
lo que permitirá escuchar,
encriptada y secreta,
la vieja canción del pelotudo.
Sobre o tempo que se perde em buscar o tempo perdido
Os discos de vinil diziam
“33 ½ r.p.m” mesmo que as bandejas
andassem sempre um pouco mais lento
ou um pouco mais rápido. De tal modo
que a música nunca foi
o que nosso ouvido imaginava perceber. E assim
das milhares de vezes que escutamos
“A day in the life”, “Las cuatro estaciones”,
“Lady Jane”, “Los mareados” ou
“Visions of Johanna” restam
longas horas roubadas pelo toca-discos
à peça original, ou na falta
versões prolongadas que agregavam
minutos à música, vozes mais grossas,
baixos mais baixos, longos corredores entre notas.
Por acaso a única opção à mão para que volte
a música perdida seja girar o disco em sentido inverso
o que permitirá escutar,
criptografada e secreta,
a velha canção do babaca.
Fuente: http://festipoaliteraria.blogspot.com/2011 + Virna Teixeira no seu FB.
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o tempo é parte de minutos eternizados...
ResponderExcluirabraço das conchas belas...
Obrigado, Priscila, por pasar!
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