Ainda ontem, ela estava sentada em frente ao micro quando decidiu que não iria mais escrever. Nenhum trabalho, nenhum soco, nenhum amor. Iria ficar calada, presa à cadeira, feito um transgressor qualquer em processo de punição e remorso. Ainda ontem, antes de chegar no escritório, ela havia pego o telefone do quarto várias vezes antes de decidir que nunca mais iria usá-lo do mesmo modo que deixaria também esquecido no armário o manto de lã e obediência que a acompanhara desde o início. Ainda ontem, segurando o aparelho, ela ouvira o ruído desbotado de uma voz que quase nada mais dizia, mesmo que um registro de tom e tempo e carinhos tivessem ficado gravados feito o título de um último disco.
Continua em Contos Marginais.
Lindo, lindo, lindo..
ResponderExcluirAdorei teu blog, Flor..
BJok
..mas hoje é sempre um novo dia, né? Queiramos ou não, as águastomam nova direção.
ResponderExcluirBjos
Tania, o ontem está sempre colado no hoje, como no poema Norton Burnt, onde o tempo passado e o tempo presentes estão ambos contidos no tempo futuro.
ResponderExcluir"O passado volta/ no futuro/ e esse/ sentimento é apenas/ uma reação química/ reversível/ e velha - automética -/ dos sentidos".
ResponderExcluirBF: o texto é instigante.
Obrigada, Deborah :)
ResponderExcluirGerana, é um texto de amor, feito para um homem imaginário com rosto de um vale sagrado, que tenha rosto de terra, gosto de terra. No fundo, no meio e no raso, sou uma grande romântica :)
ResponderExcluirÓtimo texto, Parabéns, dear.
ResponderExcluirBjos.