sábado, 17 de março de 2012

Canção de outono



As pulsações
Dos violões
Outonais

Fazem o ser
Esmorecer,
Sempre iguais

E todo arfando
Pálido, quando
Soa a hora,
Minh'alma invade
Velha saudade
E após chora.

Se eu assim vago,
Vento pressago
Me transporta ao-deus-dará,
Semelhante à
Folha morta.



Paul Verlaine, França (1844-1896)

13 comentários:

  1. "semelhante a folha morta" [bela imagem se forma junto ao "deus dará") como um ser em abandono. Triste, mas real!

    Parabéns, Ci!

    Beijos

    Mirze

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  2. As pulsações
    Dos violões
    Outonais
    [...]


    Tudo bem que é traduzido. Mas, mesmo em tradução, já é um acorde.

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    1. Marcelo, "ao pé da letra" seria:longos soluços do violão -
      que também é "um acorde", como disseste.(Les sanglots longs des violons...)

      beijo

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    2. Esses franceses melodiosos ficam bons mesmo quando traduzidos por outros caras com sensibilidade. Canção puxa canção.

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  3. há sempre essa metade vaga, que vagueia pelas estações...
    oras outono, oras verões...

    beijoooo

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    1. Estamos sempre mudando de estações sem nos apercebermos,
      não é, Solange?

      beijooo

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  4. Nada mais somos do que metades vagas, vagando por aí, entre as estações!
    Todos os poetas malditos tinham esse pessimismo sobre a vida!

    Bjusssssssss

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    1. Talvez os "poetas malditos" fossem apenas realistas, não?

      Bjusss

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  5. E é a estação que mais aprecio, não há céu mais belo.

    Como você pode ver, já posso postar os comentários!

    Beijo.

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  6. Que ótimo, Marcantonio! Então "apareça" mais vezes: aqui e "lá em casa", viu?

    beijo

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