quinta-feira, 22 de março de 2012

Vicente Huidobro



VICENTE HUIDOBRO (1893-1947) — Chileno. Dos maiores poetas da América. Instituiu o Criacionismo. Em Paris desde 1916, escreveu em francês parte de sua obra. Alguns títulos: Horizon Carré (1917), Tour Eiffel, Hallalí (1918), Saisons Choisies (1921), Automne Regulier (1925), Altazor (1931).


ARTE POETICA

Que el verso sea como una llave
Que abra mil puertas.
Una hoja cae; algo pasa volando;
Cuanto miren los ojos creado sea,
Y el alma del oyente quede temblando.

Inventa mundos nuevos y cuida tu palavra;
El adjetivo, cuando no da vida, mata.

Estamos en el ciclo de los nervios.
El músculo cuelga,
Como recuerdo, en los museos;
Mas no por eso tenemos menos fuerza:
El vigor verdadero
Reside en la cabeza.

Por qué cantáis la rosa, ¡oh, Poetas!
Hacedla florecer en el poema;

Sólo para nosotros
Viven las cosas bajo el sol.

El Poeta es un pequeño dios.

ARTE POÉTICA

Que o verso seja como uma chave
Que abra mil portas.
Uma folha cai; algo passa voando;
Quanto fitem os olhos criado seja,
E a alma de quem ouve fique tremendo.

Inventa mundos novos e cultiva a palavra;
O adjetivo, quando não dá vida, mata.

Estamos no ciclo dos nervos.
O músculo pende,
Como lembrança, nos museus;
Mas nem por isso temos menos força:
O vigor verdadeiro
Reside na cabeça.

Por que cantais a rosa, ó Poetas!
Fazei-a florescer no poema.

Somente para nós
Vivem as coisas sob o sol.

O Poeta é um pequeno deus.


Tradução de Anderson Braga Horta.
Extraído do Portal de Antonio Miranda.

10 comentários:

  1. Cirandeira,



    Tenho grande apreço por este sujeito aí. Ele fez muito e muito bem, dos 18 aos 54 anos. Está na antologia do século XX. Muitas de suas passagens são fulgurantes, como o prefácio em prosa poética de "Altazor ou a viagem de paraquedas". Publicado em 1931, seria moderno hoje. O prefácio em si, naquela linguagem de então, seria "vanguarda" hoje. Vanguarda, sim,tal a explosão imagético-verbal. Se eu tiver de recitar "prosa poética como litania", em espanhol, posso ler, em voz alta, o conto "El Perseguidor" de Cortázar, ou o prefácio de Altazor, para materializar o que seja, para mim, "palavra encantatória". Poesia como "palavra encantatória", mesmo em prosa [poesia-em-prosa] está ali, nos dois. Como em Guimarães Rosa, em todo o Grande Sertão. Poesia cursiva, que coisa...



    Um beijo, amiga.

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  2. LINDO!

    Fazer florescer a rosa no poema, e não "cantá-la".

    Muito prazer, Vicente!

    Mirze

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  3. Huidobro é moderno ainda hoje, toda a sua obra revela um
    poeta que esmerou-se(e conseguiu!)em re-Criar a linguagem
    poética. Huidobro desafiou seus pares para uma constante
    renovação da linguagem, assim como Cortázar e Guimarães Rosa que afirmou sobre a necessidade de "devolver à palavra seu sentido original. Meditando sobre a palavra,
    ele descobre(o homem)a si mesmo. Com isto, repete o processo da criação". São autores por quem tenho o maior
    apreço, e por que não dizer, GRASTIDÃO!

    um beijo, Marcelo

    P.S.: ainda pretendo postar "Altazor", mas aos poucos, pq o poema é longo, e já percebí que nem todos têm disposição
    para ler textos extensos :)

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  4. Ci, tu me trazes sempre os grandes e te agradeço muito! Tuas postagens me guiam e me mostram caminhos que desconhecia. Olha, estou tentando, em vão, comentar no seu blogue. Não há como, espero que isso melhore.
    Beijo grande,

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  5. Acho tem havido problemas no Internet Explorer, por que não mudas para o Google Chrome? Tenho sentido muuiito a tua ausência por lá :)
    Obrigada pelo comentário, querida amiga!!!

    beijÃO

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  6. MARAVILHA,LINDA COLHEITA MUITO BOM..BJS

    GAGAU

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  7. Ah, Huidobro... Uno de mis preferidos poetas en esa mundo lleno y excesivamente vacio.
    Parabens pelo blogue, adorei muitos textos.

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