quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eu nunca te alcanço



De que serviu ir correr mundo, arrastar, de cidade em cidade, um amor que pesava mais do que mil malas; mostrar a mil homens o teu nome escrito em mil alfabetos e uma estampa do teu rosto que eu julgava feliz?
De que me serviu recusar esses mil homens, e os outros mil que fizeram de tudo para eu parar, mil vezes me penteando as pregas do vestido ... cansado de viagens, ou dizendo o seu nome tão bonito em mil línguas que eu nunca entenderia?
Porque era apenas atrás de ti que eu corria o mundo, era com a tua voz nos meus ouvidos que eu arrastava o fardo do amor de cidade em cidade, o teu nome nos meus lábios de cidade em cidade, o teu rosto nos meus olhos durante toda a viagem,
mas tu partias sempre na véspera de eu chegar.


(Maria do Rosário Pedreira)

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