segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pensando em WIm Wenders




A ornitologia
não prevê híbridos nem bichos tristes
mas tem por objeto apenas
aves
– talvez asas.

A solidariedade
com seus pares de asas instantâneas
e fugazes
dispensa documentos.

Um anjo não seria a data certa.
Os anjos fluem no tempo e não têm fim
cadastro ou classe
– são marcas de fantasia sem empresa
e se eles amam
o amor que irradiam é de outra dimensão.

Não sendo assim um anjo será
Lúcifer, o anjo ambíguo,
se não o amante ideal, perfeito e malvestido.




4 comentários:

  1. Procuro asas para comprar.
    Não precisam ser novas.
    Podem ser antigas e de qualquer tamanho.
    Podem ter ferimentos.
    Pode faltar algum pedaço.
    Só peço que voem.
    Lindo poema, Dade.
    Lindo Wenders que nos despenca para dentro de nosso próprio céu.
    Beijoss

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  2. Dade,


    Por serem tão diáfanas as tais asas [vide foto], só vez ou outra se ouve o seu ruflar.





    Um beijo.

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  3. Lelena, esse comentário (um poema) diz bem o que eu penso do diretor.

    Beijos!

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  4. Sim, Marcelo, eles não aparecem sempre.
    Por isso sugerem tantas alternativas.

    Beijo.

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