domingo, 10 de junho de 2012

Bem me quer



Tenho, é já faz um bom tempo, tentado escrever sobre o amor.
Amor entre um homem e uma mulher. Ou entre homens. Ou entre mulheres.
Amor, enfim.
Até agora pouco consegui.
Consegui, por exemplo, ganhar dois quilos no último verão.
Troquei as leituras de Romeu e Julieta por goiabada com queijo.
Hoje de manhã, quase tive um insight.
Pensei em escrever sobre o meu primeiro.
Do meu primeiro amor, ganhei um anel de pérolas. 
O presente não foi exatamente dele. Ganhei da minha sogra, uma amiga de minha mãe, e eu tinha redondos quatro anos.
A criatura em questão uns dez. Dez  anos de idade e também de ojeriza por mim.
Então,  do pensamento o anel que tu me deste me livrei em segundos.
Lembrei mesmo foi do meu primeiro sutiã.
O primeiro Valisére a gente nunca esquece, dizia a propaganda na televisão.
O meu foi bege. Nude nos dias atuais, e o responsável pelo meu  eterno apreço.
I love sapatos.
I love jeans.
Mas I do love lingeries.
Lingeries, com o tempo, deformam e soltam as tiras, sim, mas não acabam.
Não acabam como no texto do Paulo Mendes Campos.
O Paulo Mendes Campos, nesse domingo, está lá no face da Monique Revillion, escritora a quem admiro e estimo.
E ele diz que o amor acaba para recomeçar de outro jeito em outro lugar.
Pode ser com doçura e esperança.
Pode ser nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova york.
Pode ser em capa de revistas, acrescento. Ou em páginas policiais e  sem retorno ou recomeço, esquartejado da pele aos ligamentos.
Ligamentos resistentes como outros laços.
Laços doentes atados em dor.
Atados à morte.
E quem ama não mata, assisti uma vez na Globo.
Quem ama,  prefere  morrer.
Ainda mais se for para continuar
vivendo.

4 comentários:

  1. Grande Bípede, bem Falante e Pensante,


    Trocaste seis por meia dúzia na bela jogada do Romeu e Julieta... rs rs rs... Vc demonstrou saber que as cores do amor são tantas quantas as dos sutiãs. Achei a geografia do sentimento humano um pouco glamourosa nas suas exemplificações, e logo pensei em recomeços em Franca, não em Paris, em Sapucaia do Sul, em São Luís do Paraitinga, Nova Friburgo, ou Extrema, sul de Minas, lá perto de Bragança Paulista. Mas isso é apenas um detalhe provinciano deste leitor. E concordo que quem ama não mata.


    Um beijo, Helena!

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  2. Marcelo,
    Eu pensei em Vacaria, cheguei a escrever Vacaria ao lado de Nova York, mas depois me achei muito egocêntrica e que a minha terra poderia abafar as demais.
    Então, estendi as mãos à humildade. Assim como as estendo ao amor. Amor que não me escapa dos dedos. Quando escapa é do coração mesmo.
    Beijoss :)

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  3. Helena,


    Vacaria é teu rincão, não vale. Vale o Vale do Jequitinhonha.

    Cumprimento essas mãos estendidas. Afago o coração que se prolonga nos dedos.



    Um beijo, amiga.

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  4. Marcelo, o que é da gente vale muito mais, ora bolas!!!

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