quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Poema de Mario Cesariny

(Mario Cesariny - O surrealismo - 1959)
 
O guarda-fatos do mar entreaberto para a noite
pergunta-me se amo

e é toda uma paisagem de arcos flamejantes
deslocando-se a oeste
um castelo perdido entre duas visões
o cavaleiro descendo a falésia
depois de tantos amos tantas fábricas tantos
arquitectos do amor fitando o espaço

No alto das arquibancadas o rapaz
que lindo
encarna a vitoriosa lividez do dia

A mim porém o que me apetece é dançar

Dar um salto comigo
de forma a que não me evole feito fumo
nem resvale às profundas feito nada

Isso
o reino de Pràtazul
a linha de água
que suporta e separa e contém os dois mundos
e ondula
 


[Mário Cesariny, A Cidade Queimada]

7 comentários:

  1. Siempre estupendos los posts que nos dejas. Como siempre un placer haberme pasado por tu espacio.

    Saludos y buena tarde de jueves.

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  2. Muito bom, Andrea. Não conhecia esse poeta!
    É bom dançar entre dois mundos, flutuar sob as ondas da poesia!

    beijos

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  3. Cirandeira, eu adoro os poetas portugueses, e Cesariny foi um grande artista, contemporâneo, ousado, provocador.

    a poesia não tem fronteiras, né?
    beijos

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  4. António, o prazer é todo meu com a tua visita. Que bom que gostou do poema.

    saludos

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  5. Claudia, essa semana, estou toda Cesariny...rs
    fico feliz que tenhas gostado.
    um abraço pra ti

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