sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

40 anos do QUEEN


Rodrigo Carneiro

Os 40 anos de monarquia pop dos ingleses do Queen serão intensamente festejados em 2011. As compilações Greatest Hits (1981) e Greatest Hits 2 (1991), reeditadas em janeiro na Inglaterra, deram início à série de reverências. Para o mês de março está previsto o reaparecimento dos cinco primeiros álbuns do grupo formado por Freddie Mercury (voz e piano), Brian May (guitarra), Roger Taylor (bateria) e John Deacon (baixo). Retorno ao mercado em grande estilo, as edições são remasterizadas e trazem consigo sobras de estúdio, encartes de luxo e material inédito. Em pacotes de cinco em cinco, os 15 títulos da discografia da banda serão comercializados pelo selo Island (Universal), que desde o ano passado detém os direitos da EMI, responsável pelo debute em disco do Queen, em 1973.
E mais: entre os dias 25 deste mês e 12 de março, o Old Trumans Brewery, em Londres, recebe a exposição Stormtroopers in Stilettos – The Early Years. Com entrada franca, a mostra interativa documentará os cinco anos iniciais da banda, de 1971 a 1976. Quem também se manifesta nas festividades é a BBC, que produz um documentário sobre o quarteto.
Já a sétima arte se rende ao Queen de duas formas: a adaptação cinematográfica do musical We Will Rock You e um longa-metragem dedicado à vida de Freddie Mercury – vítima da aids em 1991. Prevista para estrear no primeiro semestre de 2012, a cinebiografia terá como protagonista o ator e humorista Sacha Baron Cohen (de Borat e Brüno), que, segundo afirmou o guitarrista Brian May, “está entrando no papel de uma maneira que encantaria Freddie”. Desde 2006, o ator Johnny Depp era cotado para interpretá-lo.
Todos esses eventos relacionados ao grupo se justificam. Afinal, o Queen é um dos episódios mais peculiares e de sucesso mais improvável de toda a música pop. E a figura de seu carismático vocalista, autor, a exemplo dos outros três integrantes, de vários temas poderosos, é um senhor emblema. Virginiano de 1946, Farokh Bulsara nasceu em Zanzibar (à época colônia britânica), na Tanzânia, região oriental da África. Sua educação foi regida pelos preceitos religiosos da tradição persa e pela grade curricular de uma escola inglesa perto de Bombaim, na Índia. Fugindo das tensões políticas de Zanzibar, a família Bulsara imigrou para o Reino Unido no início da década de 1960. Aos 17 anos, já com o apelido de Freddie, o futuro astro foi testemunha privilegiada da chamada invasão britânica, a ruidosa chegada dos Beatles ao mercado norte-americano e sua aparição no popular The Ed Sullivan Show, enquanto graduava-se em arte e design na Ealing Art College.
Surgido das cinzas de um grupo chamado Smile – do qual faziam parte Brian May e o baterista Roger Taylor –, o Queen foi fundado em 1970 e promoveu algumas reviravoltas inusitadas em seu trajeto musical. Do hard rock dos primeiros álbuns à incorporação de elementos do pop oitentista, passando pela declaração de amor à ópera – A Night at the Opera (1975) é a obra-prima resultante dessa paixão. Experimentos sonoros que colocavam banda e crítica em pé de guerra. “Para a imprensa, se nós fazemos rock pesado estamos imitando o Led Zeppelin, se fazemos mais dançante estamos copiando os Beach Boys. Quem pode levar esses caras a sério?”, perguntava Mercury, não raro, do alto do primeiro lugar da parada britânica.

original: AQUI

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