«Mas as noites claras de Persépolis eram leves. Eram noites claras, nem sempre iluminadas pela via láctea ou pelo luar, que se espalhava como um rio sobre a planície adormecida, mas sempre entrecortadas por conversas tristes, ligeiras e claras, e pela embriaguez leve e clara de vodca. E depois também as madrugadas lentas, que observávamos do terraço, e as rajadas mansas de vento nas nossas têmporas febris. Estendidos nas camas de campanha, sonhávamos com os caminhos do futuro, caminhos que serpenteavam por planícies desconhecidas e que escalavam arduamente as montanhas da esperança. Tínhamos fé, animava-nos uma esperança, esguia como as colunas brancas lá fora, que descrevia um movimento ascendente, para lá em cima se encontrar com a alegria e com a tristeza. Eram noites que tolerávamos com um sorriso.» Annemarie Schwarzenbach, Morte na Pérsia. Lisboa: Tinta-da-China, 2010
Não conheço o livro e a autora. Gostei bastante. Gosto de quem mantem o sorriso :)
ResponderExcluirMorreu nova - 34 anitos -, mas viveu rápida e perigosamente. Vale a pena ler, asseguro.
ResponderExcluirAbraço!