segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ENTORPECENTE


O que seria de mim e de ti, se não tivéssemos o ópio das palavras? Nossa companhia nos dias comuns, nas noites vazias, na vida de escassos sonhos? O que seria de mim, se não estivesse aqui, nessa agonia silenciosa, bradada nesse teclar cadenciado, exaurindo minha dor nessas linhas perdidas? Me esvazio em vãs palavras, pois lágrimas não existem mais. E agora, em uma única vez, meus olhos secos releem essas linhas mortas, que mostram a ti o que nem eu saberia dizer.

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