Ela abriu a janela
De sua parte.
Ele abriu a janela
Em contrário;
E falaram sobre
O que estava detrás
(reciprocamente velado)
Das próprias janelas.
Como o pássaro
Preso
Concebe a topografia
Da própria cela?
Como o fruto
Não colhido
Descreve na pele
O sumo doce
De sua carnadura?
Ela abriu a boca
De sua parte.
Ele abriu a boca
Em contrário,
E tocaram fundo
O que estava detrás
(reciprocamente ansiado)
Das próprias bocas.
Como o pássaro
Solto
Destrói a concepção
Da antiga cela?
Como o fruto
Já colhido
Doa com doçura
A liberdade
Da árvore distante?
Outros poemas Aqui
Marcantonio, você tem continental talento. Estou emocionada com esse poema, identificada e até massacrada por ele. Mas assim é a arte e assim são as nossas histórias, repletas de janelas que nem Carolina viu e de pássaros que destruídores dentro ou fora das celas. Bj. BF
ResponderExcluirLindíssimo texto,
ResponderExcluirLi, reli, pretendo reler.
Obrigada por compartilhar seu dom com as palavras.
=)
É...
ResponderExcluirDemais!
Dificílimo falar do viés. Vc escreve, depena um a um.
Beijo.
Lindíssimo
ResponderExcluirencontros acontecem nos versos entre dois amantes a dúvida se acalma com a certeza da liberdade da árvore, da saudade do encontro e do desapego dos pássaros. (viagem não?)
beijo
Lindíssimo Marcantonio. Profundo, para ler, reler, com emoção à flor da pele. Me vi abrindo a janela, e o outro também. Mas me calei por anos como pássaro preso. E, ainda estou me perguntando:"- Por que ainda me sinto presa? Estou solta mas na minha compcepção aind me vejo na antiga cela. Como me sentir liberta e encontrara árvore tão distante. Obrigada pelo aprendizado.
ResponderExcluirCom carinho,
Sílvia
Que lindas palavras...
ResponderExcluirrelações...
são um abrir constante de janelas e bocas...
beijos
Leca