INTROMISSÃO
Sei que essa luz (exatatamente
essa luz e não outra qualquer)
traz de volta um dia já incinerado.
Decerto que as cinzas daquele dia
não foram espalhadas no oceano
nem misturadas à terra ressequida
que a memória não mais revolve.
Eu fizera delas um desenho acromo
e instável
que a mínima luz roubada de uma fresta
poderia colorir,
como se injetasse sangue
nas veias empoeiradas de um vampiro.
Mas, se fosse um dia bem vivido
descansaria em paz,
e não estaria no hoje intrometido.
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Por que o suicídio de um poeta
É sempre visto como uma nota de rodapé
De todos os seus poemas?
Outros poemas AQUI
acredito eu...
ResponderExcluirque poetas...
que suicídios...
se permeiam...
não...
não é...meu veredito...
é só uma observação...
Beijos
Leca
Porque o mundo é habitado de cegos que só enxergam o que "querem" ver. Ao ler esse teu poema, lembrei-me de Torquato Neto, que antes
ResponderExcluirde ir-se embora compôs a Canção do Adeus e, ninguém que estava à sua volta "quis" perceber
sua angústia existencial:
"Adeus, vou pra não voltar,
e onde quer que eu vá,
sei que vou sozinho...
Tão sozinho, amor,
nem é bom lembrar,
que eu não volto mais desse meu caminho"....
Um beijo, querido POETA!!!
Somos a nota de rodapé Dele, sem que ele nos saiba da existência, ele escreve para nós.
ResponderExcluirBeijo.
Mínima luz, mínimo ajuste, tudo pode ser questão de luz e ajuste - e eis o poema, a iluminação.
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