sábado, 31 de julho de 2010
POESIA JAZIDA
PARECE SIMPLES
Alphonsus de Guimaraens - Hão de chorar por ela os cinamomos
Hão de Chorar por Ela os Cinamomos...
Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.
As estrelas dirão — "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. . "
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos?"
Alphonsus de guimaraens, poeta simbolista, nascido em Minas Gerais em 1870, seus poemas privilegiam temas como o amor, morte, e a religião.
Aos 18 anos, perde sua noiva, Constança. Seus poemas, ou grande parte deles são dedicados a ela e a esse amor interrompido.
CONCURSO DE FOTO (PRÊMIOS EXCELENTES)
Fotógrafos e amantes de fotografia têm um motivo especial para pegar a câmera e produzir belas fotos. A Aliança Francesa está com inscrições abertas para dois concursos de fotografias.
O Concours Photo é um concurso internacional realizado pela Fundação Aliança Francesa. O tema da foto é “Ter 20 anos em meu país”. O vencedor poderá expor seu trabalho em uma galeria de Paris e ganhará ainda uma viagem para a Cidade-Luz. As inscrições podem ser feitas até 15 de agosto no site: www.aliancafrancesa.com.br.
O segundo concurso realizado pela Aliança Francesa é o Prix Photo Web, por meio de uma parceria com a Câmara de Comércio França-Brasil. Poderão participar brasileiros e franceses. O tema é “Culturas urbanas como fator de integração social” e terá dois júris. Um prêmio de R$ 10 mil em dinheiro será entregue ao vencedor, eleito por um júri oficial. Outro participante será premiado com uma viagem para Paris. As inscrições estão abertas até 17 de setembro. Mais informações: http://www.prixphotoaliancafrancesa.com/
Santo Agostinho, Trechos do livro Confissões
Nota de Lisarda- Santo Agostinho(354-430, patrono de teólogos,cervejeiros e impressores, é considerado um laço entre a época antiga e a Edade Media.Aquí, um trecho das Confissões, das quales temos várias postagems sobre a memória na lisarda.blogspot.
Copio um trecho interessante de Miguel Duclós (em http://www.consciencia.org)em que analiza o dito livro.
No Livro X das Confissões Agostinho faz uma brilhante exposição sobre a memória, chegando mesmo a dizer que a memória é o espírito, ou a parte mais importante da alma humana. Nesta exposição está contida o grosso da doutrina Agostiniana de reminiscência, e suas adaptações em relação ao platonismo. Farei mais um vôo panorâmico para explicá-la.
A memória era importante já desde a cultura helênica clássica. Na Teogonia de Hesíodo ela aparece como parte da primeira geração divina, como uma deusa, filha de Urano e Géia ( mnemósina ), que, amada por Zeus, foi mãe das nove Musas. De uma forma geral, pode-se dizer que sem memória não é possível conhecer. A memória está também associada ao destino das almas quando a morte ocorre e ela deixa o corpo, para ir ao Hades. Existe um poema órfico (9) que pretende guiar a alma ao chegar na mansão de Hades: (10)
”Encontrarás à esquerda da Mansão do Hades, uma fonte,
E a seu lado, um branco cipreste.
Não te aproximas deste manancial.
Mas encontrarás um outro junto à Fonte da Memória,
De onde fluem águas frescas e, diante das quais há guardiões.
Diz-lhes: “Sou um filho da terra e do céu estrelado;
Mas minha raça é do céu (somente). Vós próprio o sabeis.
E – ai de mim! – estou ressequido de sede, e pereço. Dai-me rapidamente
A água fresca que flui da Fonte da Memória”.
E eles mesmos te darão de beber do manancial sagrado,
E desde então tu dominarás entre os outros heróis”. (11)
As almas puras devem beber da sagrada fonte da memória, ao passo que as almas impuras devem banhar-se no rio Lete afim de se esquecer de seus “pecados” e iniquidades e poderem reencarnar. As almas puras poderão manter seu Ser e habitar junto aos deuses, em companhia dos heróis.
Mas voltemos à Agostinho. Diz o bispo de Hipona que nos recônditos do palácio da memória estão guardados todas as sensações e vivências dos indivíduos. Nas inúmeras concavidades e recônditos secretos estas imagens apresentam-se à inteligência, que as une, relaciona e ordena. Algumas imagens que residem na memória são fornecidas pelos sentidos, mas o entendimento que reside na memória não é. No livro X, capítulos 10-12 das Confissões , o autor exemplifica afirmando que, apesar de ter ouvido haver três espécies questões (12), não foi por nenhum dos sentidos do corpo que atingiu o significado contido nestes sons, mas o viu somente em espírito. Da mesma maneira, as inúmeras regras dos números e das dimensões estão guardadas na memória, mas não vieram pelos sentidos. Como resume Agostinho “os números são uma coisa e as idéias que eles exprimem outras”. (13)
De uma forma diferente, a felicidade também habita na memória. O homem antes do pecado original, foi em um tempo feliz, e ainda há resquícios desta felicidade. A vida feliz só pode ser alcançada quando se busca a Deus. É voltando a ele que o homem atinge a verdadeira felicidade, e seu ser se completa. Como diz Agostinho, “Tarde Vos Amei, Senhor”, pois sem que ele o soubesse, Deus sempre esteve presente em sua vida, e sua desesperança só teve fim quando retornou à Deus, ou quando se lembrou de Deus. Esta volta só pode ser feita por intermédio do Cristo. A teoria agostiniana de reminiscência afasta-se da teoria platônica, contudo. Nesta, a alma contempla as Formas eternas antes de nascer, em outro mundo. (14) Em Agostinho a contemplação da luz divina não é uma lembrança da vivência anterior da alma, mas uma irradiação presente. Deus ilumina o intelecto com sua luz, tornando-o capaz de conhecer segundo sua ordem natural.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
CAMINHOS
Se por ali passo, tenho
medo.
Se por aqui fico, tenho
medo.
Se me pacifico, tenho
medo
ainda.
II
Ampliam-se as procissões pelas ruas da cidade.
Sentido imperceptível de um diluído prosseguir.
O outro ser é vácuo para os seres apressados.
Cada passo é a tranca de um caminho reservado.
As formigas já não se tocam na rota do trabalho,
E os peixes não se olham nas correntes do aquário.
Outros poemas meus AQUI
Desembarcando no Rio Antigo
Comentei hoje com a Cirandeira.
Tenho um sonho dourado: entrar na máquina do tempo e desembarcar no Rio antigo. Iria direto para Botafogo andar pela rua de Mata cavalos a procura de Capitu. Depois subiria até Santa Tereza e desceria até a Lapa em direção a Rio Branco. No centro encontraria um oficial tabelião e adquiriria uma chácara, um sítio, uma quinta, por poucos contos de réis, em Copacabana, Ipanema ou Leblon.
No Colo Do Anjo
Empoleirado
na torre do meu sonho
um anjo resplandece.
Cílios cintilantes
estrelas nos olhos
ele me acena com plumas
e me abraça com asas.
Juntos vagamos
entre rastros de astros
a cavalgar nuvens
por planícies etéreas
até que me sinto serena.
É como se mudo dissera
não temas véus ou névoas
qualquer neblina passa.
Mas eis que então fala:
Não sejas cega, menina.
O olhar de Deus tudo abarca.
Só os homens têm pálpebras.
Astrid Cabral Félix de Sousa
Bicho-de-Sete-Cabeças
À medida que envelheço
as sete cabeças do bicho
corto. Enfim o reconheço
íntimo de mim, meu próximo.
À medida que envelheço
conquisto-lhe o segredo.
Vejo a morte iniciação
à viagem pelo avesso.
À medida que envelheço
digo: o bicho é meu amigo.
Não, não há porque maldar
envenenando o sossego.
À medida que envelheço
sinto-me remanescente
num deserto onde tropeço
por entre sombras de ausentes.
À medida que envelheço
aprendo a perder o medo.
Todo bicho fica meigo.
E só botar no colo.
Astrid Cabral Félix de Sousa
Mãos
No deserto da insônia
a mão, triste, me acena
nua de anéis e luvas.
Dedos gesto de adeus
anunciam o abandono
da matéria efêmera.
Dos campos do sono
a mesma mão me chama
cintilante de estrelas.
Tento alçar-me da cama
no encalço do convite
mas a carne me amarra.
E enquanto o corpo dura
fico entre a dor da perda
e o desejo do encontro.
Astrid Cabral Félix de Sousa
Definições definitivas...
Quarenta anos é velhice para a juventude, e cinqüenta anos é juventude para a velhice.
Victor Hugo
Tempo Perdido...
“Todos os dias quando acordo...
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério...
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza...
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte...
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Não tenho medo...do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas...agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! Tão Jovens!...”
...Letra da música tão significativa de Renato Russo...
http://www.youtube.com/watch?v=059HEaYRve0
À espera do comboio na paragem do autocarro*
De quando havia Musa....!?
DEU NA FOLHA DE SÃO PAULO...
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Helloooo
Controle
Aluisio Martins, Fred Caju e Jairo Cerqueira,
Todo dia é dia...
ACORDO...
E RELEIO MINHAS MEMÓRIAS...
ACORDO...
E PENEIRO MEU FUTURO...
E SIGO ASSIM...
DIA A DIA...
Beijos...
Leca
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Madonna, Você vai ver
Você acha que eu não posso viver sem o teu amor
Você vai ver,
Você acha que eu não posso ir em outro dia.
Você acha que eu não tenho nada
Sem você ao meu lado,
Você vai ver
De alguma forma
Você acha que eu não posso rir de novo
Você vai ver,
Você acha que você destruiu a minha fé no amor.
Você acha que depois de tudo que você fez
Eu nunca vou encontrar meu caminho de volta para casa,
Você vai ver
De alguma forma, algum dia
Tudo por mim
Eu não preciso de ninguém em todos os
Eu sei que vou sobreviver
Eu sei que vou ficar vivo
Tudo por conta própria
Eu não preciso de ninguém neste momento
Ele será meu
Ninguém pode tirar isso de mim
Você vai ver
Você acha que você é forte, mas você é fraco
Você vai ver,
É preciso mais força para chorar, admitir a derrota.
Eu tenho a verdade do meu lado,
Você só tem mentira
Você verá, de alguma forma, algum dia
Tudo por mim
Eu não preciso de ninguém em todos os
Eu sei que vou sobreviver
Eu sei que vou ficar vivo
Eu estarei em meu próprio
Eu não preciso de ninguém agora
Ele será meu
Ninguém pode tirar isso de mim
Você vai ver
Você vai ver, você vai ver
Você vai ver
O ROSTO
Espelho
Por acaso, surpreendo-me no espelho:
Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? (...)
Parece meu velho pai - que já morreu! (...)
Nosso olhar duro interroga:
"O que fizeste de mim?" Eu pai? Tu é que me invadiste.
Lentamente, ruga a ruga... Que importa!
Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos enfim lá se foram por terra,
Mas sei que vi, um dia - a longa, a inútil guerra!
Vi sorrir nesses cansados olhos um orgulho triste..." Mário Quintana
Com amor e carinho,
terça-feira, 27 de julho de 2010
Azulão
Definições definitivas...
Quem vive de passado é museu, quem vive de futuro é vidente... E quem vive de presente é papai noel!
Fico à Espera...
Eu sou fanática por livros...
os ilustrados então...me encantam...
outro dia...
tive o prazer de dividir esse livro com o Alexandre...
do blog Biricuticu's...
e é claro que percebi um brilho nos olhos dele...
Deixo a indicação aqui...pois...
"Fico à Espera" de Davide Cali e Serge Bloch foi lançado pela editora Cosac Naify... nele...cada página vai mostrando o desenrolar de um fio...
o fio da vida...
mostra um menino crescendo...virando adulto...ganhando...perdendo...
É lindo...
Salve esse nome...e quando estiver em uma boa livraria...
não deixe de procurar...não deixe de ler...de ver...de se emocionar...
Ele é um livro marcante...
Beijos...
Leca
segunda-feira, 26 de julho de 2010
(...)
Eu levo, ou deixo?
...blá...blá...blá...blá...blá...
Sempre te Quis...
da Banda...Paralamas do Sucesso...
Composição...Herbert Vianna
Todo o meu tempo
Todo o meu zelo
Todo o meu prédio já sabe que eu tenho um amor...
Todo receio
Todo remédio
Tudo que sempre causava
Dor e medo
Se foi...
Foi por te ver andando reto
Entre tudo que há de incerto em mim...
E fui andando...voltei ao zero
Um recomeço é uma forma de se encontrar
Por ser tranquilo...por ser sincero
Não me preocupa
O que não for é o que vai passar...
Foi por te ver andando reto
Entre tudo que há de incerto em mim...
Que eu sempre te quis
Sempre te quis assim
Só prá mim...
Sempre te quis assim
Só prá mim...
http://www.youtube.com/watch?v=lduZ2eA4RMQ
domingo, 25 de julho de 2010
OS HÁBITOS DOS OUTROS
a ele lancei olhares, pedras, flores
lancei-lhe moedas (quem sabe fosse este um poço dos desejos?)
a ele lancei lamentos, pedidos, preces
quando mais agitada, a ele lancei meu grito
quando já mais calma, lancei-lhe beijos
Sentada à beira do poço, que habita minhas entranhas
já fiz de tudo,
lancei-lhe estrelas e nuvens, espadas e poemas
mas, nada retornou a mim
é muito profundo, o poço que me habita as entranhas
Agora, sentada à beira dele
lanço-lhe uma linha de pesca e espero
de tudo o que lhe lancei, algo eu hei de pescar
então vou me sentar e, pacientemente, aguardar
de tudo o que lhe lancei,
o que me há de retornar.
(Republicação daqui)
Leia mais: Andrea de Godoy Neto em Olhar em Versos e Inversos: O poço
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Ars Poética
Sempre aspirei por uma forma mais ampla, que não fosse nem poesia nem prosa em demasia e permitisse a compreensão, sem expor niguém, nem autor nem leitor, a grandes tormentos.
Em sua essência, a poesia é algo horrível: nasce de nós uma coisa que não sabíamos que está dentro
sábado, 24 de julho de 2010
Hoje perguntaram-me...
Corrida contra o tempo
Cicatrizes...
"Algumas vezes quebram minhas pernas...
chutam minha cara...
pisam nos meus dedos...
Eu sobrevivo...
Tenho sobrevivido...
Sou marcada...Sim...
Mas...
Faço valer cada uma das minhas cicatrizes"
Palavras de Clarah Averbuck...
Tela de Kelly Vivanco...
Os beijos são meus...
Leca...
OS DIAS
Dois Poemas
Coleóptero negro pousado na vidraça,
Tu tens mais sentido do que eu,
E aptidão para a vida
Nessa tua aparição arbitrária.
És tão específico como estrutura compacta.
Tão blindadas são as tuas vísceras!
E ainda compartilhas com os anjos
A euforia de ter asas,
E com as feras a efígie medonha.
Inseto negro pousado na fria vidraça.
UM SÓ DIA
Eu pretendia lhe falar dos preceitos
Para ter uma bela vida.
Mas, percebi a tempo
Que eram apenas fábulas coligidas
À margem do alvoroço do dia
Perseguido pelos jornais.
Perceba que logo os matutinos serão outros,
Porém, o dia ainda será o mesmo.
Portanto, apenas posso lhe sugerir
Que desconfie dos calendários:
É você que transcorre
E não o índice numérico dos dias ilusórios
Saímos mais tarde para dançar, uma noite num Verão que se cumpre para quem Deus, deixa cá estar. Madalena. 23 de um Julho cheio de estrelas no céu. Madalena.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
ISMÁLIA
ISMÁLIA
Alphonsus de Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Ilustração: Lua, de Tarsila do Amaral.