sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Merreca roubada

Furtei, da lixeira digital do Tuca Zamagna, alguns de seus contos de réis. Ele viu, mas pouco ligou, exceto por me pedir que, caso quisesse postá-los, os atribuísse a autor desconhecido. Portanto, fiquem sabendo: os nanocontos abaixo são de autor desconhecido.
(Quem quiser conhecê-lo deve visitar o Desinformação Seletiva, blog do Tuca et caterva.)


Vantagem
A vantagem do cão que adotei sobre a criança que não quis ter é que ele não viverá o suficiente para me tratar como criança – nem como cão.

Herança
Dorme, meu filho, dorme. Vela-te a penumbra da minha pouca fé nos homens. Quando eu me for, herdarás sozinho toda a miséria do mundo.

Tempo
Quando andares, quando falares, quando te aventurares, quando envelheceres... envilecerás? Vendo-te o tempo que quiseres para responder.

Genealogia
Os gestos descoordenados de meu bebê embaralham-se com o Parkinson de meu pai, para traçar, com incrível clareza, minha descendência da minhoca.

Dotes
O assunto predileto de minha mulher, em qualquer roda, é o baita pau de nosso filho. Não condiz eu também me gabar do xerecão de nossa filha?

Não
O livro que não escrevi poupou a árvore que não plantei para o futuro do filho que não tive.

5 comentários:

  1. Eita merreca danada de BOA!!!

    Seja bem-vindo ao 'Mínimo', Wilden :)

    abração

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  2. Grande estreia! E ainda estou rindo desse Dotes... Rs.

    Abraço.

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  3. Nossa!
    Como vocês são escrachados!
    E eu ainda rio... kkk

    Ótimos!
    bj
    Rossana

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  4. Rindo... estréia impagável, heim!

    Beijossssssss.

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  5. Ahahahahaha
    Depois que eu parar de rir, vou escrever alguma coisa :)
    Adorei!
    beijos

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