Às vezes fecho o livro que estou lendo
para expurgar fantasmas
que me invadem.
Os livros têm licença de mentir
ou sufocar de verdades quem se arrisca.
Explicam nossas culpas
ou tocam sem cortesia na alma de quem lê
e atingem irreverentes os sentidos.
Às vezes me percebo nas palavras
outras, sofro
quando sem compaixão nem saída
a vida escrita esmaga um personagem.
Palavras que se atraem mutuamente
escritos e leitores dão-se as mãos
a evocar instâncias
e bifurcar-se num jardim de Borges
multiplicados enfim
outras histórias
sobre segredos memórias
sons e sonhos.
Perseverantes
inertes nas estantes
estão vivos
habitados de razões inesperadas
canais de lágrimas e motes para o riso.
Em sua música secreta
encapada
uns são baladas
outros sinfonias
outros ainda notas dissonantes
mutantes harmonias em palavras.
Dade, eu não o diria tão bem...Lembrei dos meus primeiros livros lidos, através dos quais conheci o mundo, e da profunda intimidade que criava com os personagens, tanto que os procurava fora, e sofria porque não os via. Adorei o poema.
ResponderExcluirBeijos,
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiros livros enlouquecem duma bebida boa
ResponderExcluir...
beijo carinhoso,
Dade.
Sem minhas estantes fico sem pés.
ResponderExcluirAdorei, Dade :)
Beijoss