e nunca se entregou ao mar antigo.
Não por temor ao mar, mas ao perigo
de com ela incendiar-se a primavera.
Carolina, a cansada que então era,
despiu humildemente as vestes pretas
e incendiou navios e corvetas
já cansada, por fim, de tanta espera.
E cinza fez-se. E teve o corpo implume
escandalosamente penetrado
de imprevistos azuis e claro lume.
Foi quando, se lembrou de ser esquife:
abandonou seu corpo incendiado
e adormeceu nas brumas do Recife.
Carlos Pena Filho, Recife(PE) - 1929-1960
Os belos rompantes também existem nas dicções mais antigas...
ResponderExcluirEscandalosamente azul-incinerado.
Não conhecia este poeta, mas gostei do soneto.
ResponderExcluirUm abraço e tudo de bom para si
Belo poema de Carlos Penna Jilho!
ResponderExcluirQuando a vida nos faz "espera", ele sabe como dizer melhor que todos sobre o cansaço, o azul e a esquife.
Amei!
Mais um para minha coleção
Beijos
Mirze
Hermoso poema!!
ResponderExcluirBesos, desde España, Marcela♥