Senta-te no trabalho
imputrescível. E olha:
as coisas amarelas. Nas
árvores, faltam folhas.
Nas solidões, medidas.
Teu irmão com câncer
na garganta, de chinelos.
Crianças ouvindo o mar
em conchas, envolvidas.
E o telegrama que não vem.
E o telegrama que não vem.
E o telegrama.
Frutífera é a cor que chega
como seta [como lança], vinda
do mar-de-antes [além de ouvida
concha].
O mar real que faz barulho e
salga.
O mar onde brincamos com os
vizinhos [te lembras disso?!],
com os pés molhados.
O mar transfigurado em
poça [ou poça em mar],
derramado ao chão [sem
sal], em jarros d’água.
Nossa sala de estar.
[Brincadeira de
criança].
Lembra-te das
Infâncias. O Mar
[também] ouvido
em concha.
Mas não amarelo,
como agora.
Marcelo Novaes
LINDO, MARCELO!
ResponderExcluirSei que é plronasmo, mas fazer o que. E lembro das mãos em conchas e de ouvir o som das conchas. Que tempo bom. Hoje realmente até existe mar, amarelo, vermelho de algas e existe as urgências que sçao primordiais à beleza do mar.
Beijos, POETA!
Mirze
Obrigado, Mirze.
ResponderExcluirOutono d'água salgada. Ou da lembrança.
Um beijo, amiga.
O mar transfigurado em
ResponderExcluirpoça [ou poça em mar],
derramado ao chão [sem
sal], em jarros d’água.
Esse é o poeta Marcelo Novaes. Já no primeiro verso eu sei que ele e no primeiro verso me deito e escorrego até o fim, com respiração única, que é essa respiração que vem aos versos de Marcelo. Belo post, Ci. Beijos, Marcelo...
Tânia,
ExcluirÉ um pouco de influência da música, daquela coisa de pensar as interpolações em colchetes como "duas vozes". É o subtexto-explanatório como contraponto poético. Vc já se acostumou com essa leitura, é isso que aconteceu.
Obrigado pelo carinho, Tânia!
Doces recordações...Lindos versos que nos fazem refletir sobre a efemeridade da vida!
ResponderExcluirBjussssss
Márcia,
ExcluirTambém é a expressão de um certo carinho por essa efemeridade. Afinal, acarinhá-la, ainda que nostalgicamente [mas com zelo por cada imagem, pessoa, fracasso], é melhor do "espernear no mar a título de pretender aprender a nadar".
Um beijo, moça. Seja bem vinda!
Poema simplesmente maravilhoso!!!
ResponderExcluirHoje, nem mar, nem concha, nem mais o verde-água, mas o amarelo, todo ele cdis=do por por Van Gogh, sobra de Arles...
Grata, Cirandeira!
Parabéns, Marcelo!
Abraços para os dois
Zélia,
ExcluirGostei de vc pensar em Van Gogh. O amarelo dele é vivíssimo: explosão emocional derramada sobre o mundo. Amarelo-visonário, anúncio de algum vórtice interno. Redemoinho mal-disfarçado. Um Mar Amarelo em Van Gogh seria assim como "um mar incendiando".
Imagem paradoxal, mas plena de sentido no olho do pintor.
Obrigado por conceber a cor, cedida por ele, neste meu texto.
Um beijo, Zélia.
Errata:todo ele cedido por Van Gogh
ResponderExcluirNas árvores, faltam folhas...
ResponderExcluirNas solidões,medidas.
Do mar-de-antes,frutífera é a cor que chega...
como lança...
pés molhados,brincadeiras de criança.
Como não lembrar das Infâncias?!
E dos telegramas...
com este Mar...agora Amarel(ad)o...
Marcelo,ver,ouvir e sentir...com a pele,mente e coração, pelo fio condutor do teu "Olhar"...ah,é mergulhar de "cabeça" pelo mar real que faz barulho e salga,sendo assim,(e só assim)...bonito, pois verdadeiro...
leva dos sonhos aos socos,do susto ao despertar,do aconchego ao voo,
voo livre...sim,só pode ser livre como é o "voo" único da tua assinatura!
Então mais uma vez,de muitos que já foram,e de muitos que com certeza ainda virão...obrigada!
Chegando agora neste espaço...prazer em conhecer e estar aqui.Parabéns!
Mínimo Ajuste...Vida Longa!
Mary,
ExcluirSeja bem vinda, e obrigado por se debruçar sobre o texto.
:)
Um beijo!
Cara;tuas lanças são imputrescíveis.Vlw por mais esta.abraço forte
ResponderExcluirValeu, Sérgio!
ResponderExcluirSeja bem vindo, amigo.
Abração.
Perdoem se aparecer diversos coments iguais,estou na quarta tentativa.
ResponderExcluirSuper válidas tentativas.
Grde Marcelo;Deu pra ouvir a concha e sentir o sal.No ponto!
um abraço.Paba
Paulo,
ResponderExcluirVc tem bons ouvidos, camarada.
Abração!
Vlw camarada Zé Marcelo
ExcluirE nos rodopios,pasme vc;foi a camarada Zé Bukinha que deu suporte pra poder estar aqui. quem diria,não? :-)))
Digo:por onde vou levo vcs :)
:)
ExcluirLINDO!!!!!
ResponderExcluirMesmo com o Mar de agora,amarelo...................Lembrar das Infâncias é novamente sentir os pés molhados !!!!!
Beijos Marcelo;vc traz estes doces e salgados sentimentos!!!!
Maria Eduarda,
ExcluirOs salgados são comigo mesmo.
Um beijo, amiga!
nossa que texto lindo.... infelizmente perdi as palavras pra descrever a beleza...
ResponderExcluirlindo texto!
Obrigado, Raquel.
Excluir:)
Um beijo!
Que faz barulho e salga,real o mar amarelo de agora :( :)
ResponderExcluirSentei.............................Imputrescível
Demais,cara.vlww
Vítor,
ExcluirContemple o mar, então.
Abraços!
MARCELO, QUE DIFICULDADE CONCLUIR COMENTARIO AQUI E DE ONDE OPERO,ACENTOS E AFINS SAO COISAS DO PASSADO,SE NAO FOSSE O CAOS ATE IRIA RIR :)) BACANA ESTE ESPACO, PARABENS PESSOAL MINIMO AJUSTE. APORTO AQUI E NESTE MAR , EMTEMPOS DE TELEGRAMAS,QUE CHEGARAM. E NA COR DA SETA,LEMBRANCAS.................... E COM S FALTAS E MEDIDAS BALANCEADAS ABRACAO,AMIGO.SEMPRE O CARA VLw. BIRA
ResponderExcluirBira,
ExcluirOs acentos estão caindo todos, nem se preocupe.
Forte abraço!
Mto bom,Marcelo :)
ExcluirBira vc é formidável com ou sem acento.Soube da sua mãe;força amigo.abraço
Tomei a liberdade de compartilhar na rede estas lembranças reavivadas das infâncias e do real no vivo mar de constante movimento.A liberdade foi mais além;qdo abri o texto e uma imagem de um foco apurado de uma impecável sensibilidade com um trecho arrebatador dele :
ResponderExcluir" Nas árvores faltam folhas. Nas solidões,medidas.".
Rendi-me :)
Buko,grde foco,querida.
Marcelo,BRAVO!
Thierry,
ResponderExcluirFique à vontade. Teu olho é calibrado para imagens!
:)
Abraços!