terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

eu em mim

AUTO RETRATO




Sou a lágrima furtiva,
o engano em forma de vida;
da fotografia, sou o negativo,
na natureza, sou o desvio.
Não sou sombra, sequer o abrigo.
Do destro,sou a mão esquerda;
na companhia, sou a ausência-
das palavras, sou o silêncio.
Sou o ápice da dor,
sou o espinho que feriu
em forma de coroa, o Criador.
Sou a mãe que não vingou
borboleta sem cor
perdida num mundo
imundo de amor?
Sou a obra inacabada de Mondrian,
sou o que ele não acabou.



Mirze Souza

8 comentários:

  1. Marcia e Tania!

    Obrigada pelos comments!

    Beijs

    Mirze

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  2. Poesia em permanente construção, Mirze!
    São assim, os poetas, a arte!
    Somos todos seres inacabados, não é?

    beijos

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  3. Eu sou e serei, Ci!

    Saio buscando uma perfeiçãoue não alcanço.

    Obrgada

    Beijos

    Mirze

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  4. me lembrou florbela espanca sabia....

    Eu sou a que no mundo anda perdida,
    Eu sou a que na vida não tem norte,
    Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
    Sou a crucificada ... a dolorida ...

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    Respostas
    1. Que lindo, Raquel!

      Florbela era mesmo sensível ao sentimento. Não chego aos pés dela.

      Obrigada

      Beijos

      Mirze

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