sexta-feira, 11 de novembro de 2011

GAVETAS


Imagino a nossa alma feita de gavetas. De mil gavetas, onde vamos compartimentando as experiencias e as emoções, que nos vão surgindo pela vida fora.
Tipo móvel chinês, com gavetas à vista e outras bem secretas e disfarçadas. E como o móvel chinês, por fora tudo parece tranquilo e ninguém se apercebe das tempestades de emoções que por vezes nos assolam.
Depois, bem depois, há gavetas que se abrem diariamente e se mostram gastas de tanto uso. Há outras onde só vamos de vez em quando. E depois há as outras, as secretas, onde guardamos ciosamente o que nos é mais precioso, e que abrimos só em momentos especiais.
Por fim há as últimas, aquelas que fechamos e uma vez fechadas dificilmente voltaremos a abrir.
É assim que imagino as almas, mas posso estar errado.

5 comentários:

  1. Acredito que "almas" não se fecham...*os corações* às vezes tão feridos, se trancam, "alma lembra o espírito...o nosso espírito* *, mas posso estar enganada.
    Beijinhos da Mery*

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  2. Claro que podes estar enganada. Mas eu também posso estar enganado.
    Beijo

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  3. Mas, há emoções tão violentas, tão destruidoras e ao mesmo tempo tão vitais, que por mera questão de sobrevivência, as gavetas têm de ser fechadas.
    Beijo

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  4. Gavetas, como mostradas por você, possuem um sentido metafórico incrível. Guardamos, escondemos, limpamos, arejamos e renovamos.
    Parabéns.

    Roberto

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  5. Almas como gavetas, não deixa de ser uma bela imagem poética.

    Parabéns!

    Beijos

    Mirze

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