sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


 
 
No breve número de doze meses o  ano passa
 e breve são os anos, pouco a vida dura.
Que são doze ou sessenta na floresta dos números
 e quanto pouco falta para o fim do futuro!
Dois terços já, tão rápido,
 do curso que me é imposto correr descendo,
 passo.
Apresso e breve acabo.


Poesia de Ricardo Reis - Fernando Pessoa

14 comentários:

  1. um amigo, ja quas enos 80, mandou-me esta, ontem:

    "a vida está passando depressa demais. mal tomo um café da manhã, já tenho que tomar outro café da manhã. depois de uma certa idade, encurtam-se os intervalos entre os cafés da manhã'.


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    1. Acho que o curso da vida é o mesmo, nós, depois de "uma certa idade" é que passamos a observá-la com mais atenção,
      não é não?

      :)

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    2. num sei não...
      to naquela fase de fingir que não vejo.
      que não sinto.

      aquela fase do fingidor, aquele do poema de pessoa...

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    3. isso de ser fingidor como no poema de pessoa é mesmo
      com os poetas, poeta! pois pra mim é uma coisa muito difícil, isso de fingir que não vejo, que não sinto, meu
      corpo sempre me pega na esparrela, e aí, não tem jeito:
      dói na pele, dói no osso, dói no imo, e não consigo esconder :)

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  2. Demais. Toda a legião do Pessoa é demais.

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  3. É verdade. Às vezes o fim do futuro se inicia diariamente quando as pessoas, por alguma razão, estão distantes do que trás sentido ao dia.

    Um abraço!

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    1. É verdade, Renato, o "futuro" é hoje e passa rápido!

      um abraço, e obrigada pela leitura

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  4. a vida dói, cirandeira.
    às vezes à dois.

    ô, vejo a foto da lagoa azul (do portinho, aí em cima, no blog) e diante da imagem do coqueiro me vem a pergunta:
    porque são caiados os coqueiros?
    os coqueiros e os sepulcros.

    por que???

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    1. e como dói, roberto!
      os coqueiros recebem uma mão de cal para evitar o ataque
      de parasitas e fungos; quanto aos sepulcros, nem todos são caiados, muitos deles são verdadeiros templos, com obras de arte talhadas no mármore; os que são caiados recebem a mão de cal apenas para não se transformarem num monte areia :)

      beijo

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  5. Que em tu, Ci, não consigo fingir que não vejo e que não sinto; ao contrário, vejo mais e dói mais. Isso é o que o tempo faz.
    Beijos,

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    1. Pois é, Tânia, o tempo é tão bifurcante: ora nos ensina a ter paciência e alivia um pouco nossas dores, ora cavuca
      nossas feridas até sangrar, a ver se extirpa o "olho do furúnculo", mas às vezes o sangrar pode virar uma hemorragia. Não sei, só sei que o tempo é irreversível!

      beijos

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  6. Uma vida só é pouco. Cirandeira, a propósito, aceite meu convite e venha ver o texto de número 292 de minha literatura amadora. >>> HEMATÓFAGO no http://jefhcardoso.blogspot.com lhe espera. Abraço!

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