domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
12 vistas paulistanas
Estas fotos são todas de minha autoria e foram publicadas no meu Instagram (@ocirema) e são o resultado do meu dia a dia. Espero que gostem.
Av. Pompéia
Vila dos Ingleses na Rua Mauá
Moema
Morumbi
SP Market
Largo São Bento
Anhangabaú
Jardim da Luz e Pinacoteca
Rua Don Francisco de Souza
Vista do Anhangabaú a partir da Rua Don Francisco de Souza
Estação da Luz (alguma dúvida?)
Rua Florêncio de Abreu
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Uma pessoa a quem amamos
No dia 28 de setembro de 2005, Tito deu dezesseis passos.
Hoje, dia 28 de setembro de 2012, finalmente, encontrei o livro do Diogo Mainardi: A Queda.
A Queda é uma escalada.
É a força e a garra de um menino, o pequeno búlgaro - um grande Tito - traduzida pelas palavras desse pai uterino como uma mãe.
Eu sempre li as palavras desse pai.
E sempre ri de sua caçada demoníaca ao Lula.
Ri pela argúcia exibida em suas sobrancelhas e palavras arqueadas.
Hoje, chorei.
Desaguei como o próprio autor revela no livro: aos pedaços, em nacos de tempo.
Ele, quando Tito ressuscitou, chorou, primeiro, por meia hora.
Eu, logo nas primeiras páginas, chorei por uns quinze segundos.
Ele, depois ter chorado por meia hora, chorou por mais uma.
Eu, depois dos meus míseros segundos, devo ter chorado uns quinze minutos.
E daí, de cinco em cinco, funguei até terminar a leitura.
Sim, li A Queda da primeira à última página sem parar como se o livro fosse meu.
Meu em um sentido mais profundo e mais íntimo.
Talvez, porque eu não tenha um pequeno búlgaro mas tenha um pequeno bípede com a mesma idade.
E com a mesma humanidade.
Com os mesmos cabelos pretos, os mesmos olhos pretos e também com muitos mesmos, e aqui começo a me tornar sentimental.
Vergonhosamente sentimental.
Vergonhosamente sentimental como o Mainardi se refere ao final do texto que publicou na revista Veja duas semanas após saber que Tito tinha uma paralisia cerebral.
Na época, escrevi a ele alguma coisa.
Vergonhosamente sentimental, eu suponho.
Mas escrevi.
E escrevi porque ser sentimental provavelmente é a minha única vergonha de que me orgulho.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Fábula
Minha pátria é minha infância.
Por isso vivo no exílio.
Talvez o barco contasse
deste percurso no tempo.
De como seria o escafandro
isento de tal mergulho.
Minha pátria é sob a pele:
Cargueiro no mar de névoa.
Antigamente os conflitos
não aspiravam ser.
De como fiquei trancado
na torre em que era dono.
E a certeza como faca
engolindo a própria lâmina.
De como se libertaram
os mitos presos na forca,
e o exato espanto vindo da terra,
dos gestos do imperador.
Cacaso, Rio, 1965.
A maior pena que eu tenho
A maior pena que eu tenho
punhal de prata
não é de me ver morrendo,
mas de saber quem me mata.
Cecília Meireles
punhal de prata
não é de me ver morrendo,
mas de saber quem me mata.
Cecília Meireles
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Um poema de Paul Celan
FALA TAMBÉM TU
fala por último,
diz teu falar.
Fala -
Mas não separa o não do sim.
Dá ao teu falar também o sentido:
dá-lhe a sombra.
Dá-lhe sombra o bastante,
dá-lhe tanta
quanto sabes dividir em ti entre
meia-noite e meio-dia e meia-noite.
Olha em volta
vê a vida ao redor -
Na morte! Viva!
Fala a verdade quem sombras fala.
Mas então se esvai o lugar em que estás:
Para onde agora, desnudado de sombra, para onde?
Sobe. Vá tateando.
Torna-te mais magro, mais irreconhecível, mais fino!
Mais fino: um fio,
por onde ela quer descer, a estrela:
para embaixo nadar, embaixo,
onde se vê cintilar: no ondear
de palavras errantes.
Filho de judeus, Paul Celan nasceu em Czernowitz (Romênia), em 1920, suicidando-se em 1970
por afogamento no rio Sena em Paris.. Viveu num campo de concentração nazista e seus pais foram assassinados num campo de concentração durante o período nazista.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Meditação
Ciclo
Joguei-me na fogueira
E fiquei feliz
Lá se íam meus amores,
Minhas desilusões, minhas dores...
Mas logo percebí que eu não queimava
Eu ardia e vivia
Não morria
Quem morreu foi o fogo!
Ner Cabrera Lopez, em A Lenda - Editora Alley, São Bernardo do Campo-SP
Não mais
Porque ainda estás aqui?
ausente e de braços cruzados?
Muda, e de braços cruzados.
Porque sorri, enquanto
eu me despedaço?
Eu te quis tanto,
e depois, exausto,
fui caminhar no parque.
Cigarro apagado nos lábios,
discuti com o vento áspero,
com os bêbados da madrugada.
Inconformado falei com Deus.
Desesperado, com os sacos
De lixo na calçada.
Essa e a mágoa dos enjeitados?
Perguntei à estátua
do chafariz, que chorava,
(como se estivesse arrependida).
Ecos do passado,
imagens diluídas,
e a súbita a revelação,
Não
há culpado,
nem
vítima, só uma.
Falta de sentido.
Nem por isso desdigo,
não sou dessa natureza.
Antes fosse da índole
ordinária
que no abandono,
retalha.
Voltar para mim é ser
do mundo
Entre os vivos, (e suas
leis imponderáveis).
E ainda assim,
renitente,
arrasto a monstruosa
sombra da
saudade.
Descobrir entre os
sistemas da ilusão
e o plano físico, o
quanto há de verdade
e mentira no invento
anímico,
criador e criatura
incapazes
de pressentir avisos.
Não me importa morrer
Sem testemunhas,
Sem coreografia
funesta,
Se esta morte esquisita
Seja
o último suspiro
da criatura faminta que
ainda urra
na floresta.
De Paulo Tiaraju
Máscara negra
a Pablo Picasso
Ela dorme e repousa sobre a candura da areia
Kumba Tam dorme. Uma palma verde vela a febre dos cabelos, a fronte curva cobre
As pálpebras fechadas, corte duplo e fontes seladas.
Esse estreito crescente, este lábio mais negro e até pesado
– onde o sorriso da mulher cúmplice?
As patenas das faces, o desenho do queixo cantam o acordo mudo.
Rosto de máscara fechado ao efêmero, sem olhos sem matéria
Cabeça de bronze perfeita e sua pátina de tempo
Que não suja ruge nem rubor nem rugas, nem marcas de lágrimas nem de beijos
Oh rosto tal como Deus te criou antes da própria memória das eras
Rosto do amanhecer do mundo não te abra como um colo terno para emocionar a minha carne.
Eu te adoro, oh Beleza, com meu olho monocórdio!
a Pablo Picasso
Ela dorme e repousa sobre a candura da areia
Kumba Tam dorme. Uma palma verde vela a febre dos cabelos, a fronte curva cobre
As pálpebras fechadas, corte duplo e fontes seladas.
Esse estreito crescente, este lábio mais negro e até pesado
– onde o sorriso da mulher cúmplice?
As patenas das faces, o desenho do queixo cantam o acordo mudo.
Rosto de máscara fechado ao efêmero, sem olhos sem matéria
Cabeça de bronze perfeita e sua pátina de tempo
Que não suja ruge nem rubor nem rugas, nem marcas de lágrimas nem de beijos
Oh rosto tal como Deus te criou antes da própria memória das eras
Rosto do amanhecer do mundo não te abra como um colo terno para emocionar a minha carne.
Eu te adoro, oh Beleza, com meu olho monocórdio!
Léopold Sédar Senghor
(tradução de Leo Gonçalves)
domingo, 23 de setembro de 2012
Dúvida
Eu corro atrás da memória
De certas coisas passadas
Como de um conto de fadas,
De uma velha, velha história...
Tão longe do que hoje sou
Que nem sei se quem recorda
Foi aquele que as passou,
Ou se apenas as sonhou
E agora, súbito, acorda.
Francisco Bugalho, em "Canções de Entre Céu e Terra" - Portugal - 1905-1949
sábado, 22 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
O sexo de Tanatos
E foi numa dessas noites sem estrelas que ela voltou para me seduzir mais uma vez. No meu íntimo, eu sabia que ela voltaria. Da última vez que nos despedimos ela balbuciou umas palavras que eram o prenúncio de seu retorno, "Não te apegues a ninguém. Pessoas são perecíveis, de instintos voluptuosos e sentimentos voláteis". Eu sabia que tinha razão, e isso era o que mais me doía. E era isso que mais me apartava de Eros. Se fosse esse o seu intuito, ela teria conseguido o que queria. Esse conúbio era carmicamente repelido. E pra não me deixar só, fez questão de voltar. A placenta grotesca voltava para devorar o embrião abortado que eu era. Aquele líquido amniótico ácido. Só eu sabia que gosto amargo tinha. Só eu sabia o quanto corroera minhas entranhas. Seria um tipo de vil seiva extraída de plantas venenosas? Ademais, só me lembrei do divino Dante:
Estirpe fui dessa maligna planta,
Que o solo esteriliza à cristandade:
Se frutos bons produz, fato é que espanta.
E só colhia frutos podres. Proibidos? Talvez. Mas isso não importava. Proibidos ou não, ninguém os queria. Ninguém quer a polpa imunda, o sumo turvo. Mas pra mim, era estranhamente atraente e a meus olhos pareciam suculentos. Mas meu pecado foi outro. Meu pecado foi ter sido planta, não fruto. Eu não tive culpa do resultado. Ou pelo menos fingia pra me tranquilizar. Colhí então um deles. Só pra experimentar. As criaturas abissais que na maçã viviam deslizavam pelos meus dentes e me tiravam a voz. Eu precisava me fazer ouvir. Um grito gutural, de prazer e de agonia, um eco ancestral.. Mas isso nada mais é do que a dor e suas reminiscências (que os outros mortais chamam gozo). Ela estava a caminho. Voltava por uma estrada de terra, escura e tortuosa. Talvez viesse de uma gruta longínqua., minério perdido de uma estalactite imponente, um monumento esculpido pela terra em homenagem a Tanatos.
Por mais que eu quisesse me aproximar de Eros, nunca tive êxito. Pra mim ele era mais um desses semblantes desconhecidos e embaçados com que a gente se depara por aí afora, ou algum estranho numa fila que puxa conversa com você sobre o tempo. E você nem se importa se está chovendo ou fazendo sol. Você não liga pro tempo. Você é o tempo. Já Tanatos, não. Tanatos me era muito familiar. Tínhamos uma intimidade úmida, palpável, cálida,. E ela chegou, enfim, como havia previsto. Antes de começar a me seduzir, advertiu: "Prometo, esta é a última vez. Prepara-te". Com essas palavras tirou a manta que a envolvia. Os feixes de luz do luar que entravam por uma fresta na janela faziam como que uma renda, um colar nupcial para seus seios. Seios ávidos por leite. Seios ávidos por vida. O leite fermentou e a vida estava gasta; envolveu-me em seus braços, lânguida como costumava ser. Bem que ela me advertiu que era a última vez. Então partí numa só torrente. Num único orgasmo, uma única marcha fúnebre. Afinal como não havia uma morte múltipla, também não haveria de ter orgasmos múltiplos. Golfadas de luto prematuro me vinham à garganta. Despencava, então, a máscara. Finalmente ví sua verdadeira face, E ela me levou - a morte
Giulia Rosa, nasceu em Niterói(RJ) e escreveu esse conto aos 17 anos. Extraído de Sexo para iniciantes - Editora Faces - Berçário de Talentos.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Capítulo aberto
Para Guilherme
Morte.
Capítulo aberto.
Indefinido.
Escrita criativa e definitiva.
Morte.
Norte e rotina.
Toque, movimento e labirinto.
Morte.
Azar e sorte.
Barulho e despedida.
Dor fervida
em ferida.
"Un, dos, tres, cuatro:
¡Tierra, Cielo!
Cinco, seis:
¡Paraíso, Infierno!
Siete, ocho, nueve, diez:
Hay que saber mover los pies."
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
E quando voltei
E quando voltei a nós
não havia tona nem marola
só as notas afinadas
de uma solidão movediça e fina
como a areia
o pó da escrita
o pó da fé.
E quando
voltei a mim
não
havia ar nem nós
só o
desespero
sob as
bolhas dos meus fones
delirantes
e perdidos.
domingo, 16 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Sobre a escova e a dúvida
[ ]
Ando a ver. O caracol sai ao arrebol. A cobra se concebe curva. O mar barulha de ira e de noite. Temo igualmente angústias e delícias. Nunca entendí o bocejo e o por-do-sol. Por absurdo que pareça, a gente nasce, vive, morre. Tudo se finge, primeiro; germina autêntico é depois. Um escrito, será que basta? Meu duvidar é uma petição de mais certeza.
João Guimarães Rosa, em Tutameia
Um poema de Paul Valéry
Tu não percebes, mas o teu corpo
permanece
Tu nada sentes, mas o teu corpo se
transforma
Tu falas e o teu corpo faz
Tu vês, ele não vê
Tu caminhas e ele marca passo
Tu saboreias e ele só digere
Tu te ris enquanto ele sorri
Tu adormeces e ele cai no sono
Ele não descobre que mudaste
em teu pensar
Tu não descobres a mudança
funda de suas forças
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Frase de Livia Garcia Rosa ou do Ferreira Gullar ou dos dois :)
A arte existe porque a vida não basta.
Sozinho e de olhos abertos
Não vou procurar sentido para
jogar pérolas em desertos. Não quero.
Se acaso me dizes:vamos passear nestes
Parques, nesta névoa de pipoca doce, não vou.
Fico em vigília pela palavra que sangra a céu aberto,
e pela outra, já fria, estirada no cimento.
Ainda me comove a palavra que um dia
Falava de amor, e depois, sem serventia,
Foi encerrada no mais completo silêncio.
Outras palavras,coitadas,quando sobram,
são retalhos presos no arame farpado.
Sabe lá o que é consolar palavras torturadas?
Não, não sabe cavalheiro, senhores, senhoras.
Só quem sabe demais de mim, sabe, e mais eu,
filho de um parto malcalculado.
Da falência da matriz,(e de parteira).
Nasci sozinho, em silencio, de olhos abertos.
Ao dormir, enxergo mundos invisíveis,
com plantas humanas e gentis. E vejo pessoas imóveis,
como troncos,fossilizadas. Umas escapam,
mas outras, podres na raiz.
Vi seres estranhos exalar fragrâncias irresistíveis.
Quem as aspirasse, tombava de prazer,
convulsionado de prazer, enlouquecido.
de prazer, alarmado de prazer,
desesperado de prazer,
até morrer de prazer.
Vi gente deitada nos trilhos, desistidas.
Vi olhar dos santos maltrapilhos,
paralisados na mais cálida epifania. .
Se me dizes: venha sentar à mesa com esta
toalha de linho, esses cálices de cristal, agradecido.
Afasta de mim a ceia apostólica.
Vou beber em companhia mundana.
Nasci sozinho, de olhos abertos.
Sou o mais amado filho da utopia,
Aqui, eu, e mais eu,nesse convívio íntimo
com as mecânicas mais complexas.
Só vai saber quando eu surgir,
Incorporado na palavra saudade,
passar ao largo, mandar um beijo,
e partir.
Ofereço este poema em homenagem a Lelena,
que foi pontual em um momento crítico.
A autorizo sua reprodução
Paulo Tiaraju
domingo, 9 de setembro de 2012
Era uma vez ...
um relógio anacrônico. Quando batia as horas estas rolavam pela sala e depois transformavam-se em lindas maçãs de prata que se penduravam do teto. De cada vez que uma nova hora rolava pela sala as outras já de prata sorriam pendentes do teto de modo que naquela sala havia sempre uma espécie de som de riso de prata e quando o relógio dava uma volta completa no quadrante as horas de prata deixavam-se cair e então o som era mesmo de grandes gargalhadas de prata.
Ana Hatherly, Tisanas, em A idade da escrita e Outros Poemas.
Porque faz sul II
Tem gente que diz que vão me achar o fim da picada. Pois...
Tirei o vestido de prenda do armário. E lá me vou assim no mais !!
Tirei o vestido de prenda do armário. E lá me vou assim no mais !!
sábado, 8 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Um homem que está
um homem que está
no meio da entreaberta porta
apenas não fechada ainda
ou já
está
entrando ou saindo dela
já
lividamente ou putrefacto
já
um homem está
na entreaberta
entretanto
porta
apenas não fechada ainda
ou já
Ana Hatherly, escritora, artista plástica e poeta portuguesa, nascida na cidade Porto, em 1929.
escuta
encosta o teu ouvido neste pedaço de terra
húmida que te trago dum país distante, neste grão de terra, neste pedaço de
alma como se fora a gota menos saliente da tua. Recolhe o teu espírito neste
pedaço de barro dos barros como se fora o grão que construiu o mundo, a amostra
que o Filósofo Improvável tomou entre as mãos, sabendo que daí tornaria
possível construir esta terra de sangues e dores em seis dias apenas, e do
barro ao espírito, das cinzas à alma, na terra onde descansou, escuta
encosta suavemente nas minhas mãos os teus
olhos, repara, escuta como gemem as dores dos vivos os murmúrios serenos de
quem desceu ao profundo das águas placentas para aí depositar o seu sangue, o
seu corpo dorido dos dias agora repousando na imensidão do silêncio. E dos
passos que se ouvem pisando a terra que não nos pertence, das lágrimas que
descem suavemente como recados de clemência, do perdão a quem pariu o mundo,
não sem muito das dores tomadas por suas, escuta
escuta este lugar onde as palavras não têm sombras,
o tempo não separa nem significa nada, onde o tempo não planeja, não se move,
não se entrega, onde o tempo não significa nada. É apenas um grão de terra, uma
gota de água, uma réstia de ar, um castelo de memórias, uma montanha que se
separou do tempo, uma gruta funda como o mundo onde se guardam os arquivos que
teimam permanecer prisioneiros do passado, aqui e ali um sorriso, guardados nas
toscas tábuas onde se guardam o que restará do teu, do meu corpo, engavetados
nesta terra húmida que pertence a um país distante, a um plano sem ponto de
fuga, a uma ardósia que o manto verde do musgo tapará a seu tempo, quando o
tempo se separar do tempo e estes nossos corações, de coisa nenhuma
e então, escuta.
e então, escuta.
[Outubro 2009]
[breve aparte: este texto (apenas parte dum mais longo) aparece aqui ligeiramente alterado por um motivo em especial: ao escolher “uma palavra” para o desafio da Fundação José Saramago, 90 anos 90 palavras, assim o tive por bem… “amputar”, resultando neste mais breve, a palavra número dezassete, que também se encontra em Fund. José Saramago.]
[breve aparte: este texto (apenas parte dum mais longo) aparece aqui ligeiramente alterado por um motivo em especial: ao escolher “uma palavra” para o desafio da Fundação José Saramago, 90 anos 90 palavras, assim o tive por bem… “amputar”, resultando neste mais breve, a palavra número dezassete, que também se encontra em Fund. José Saramago.]
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