sábado, 3 de setembro de 2011

A hora do vampiro

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São nos instantes menores,
mais fúteis, mais reles
que meu espírito me escapa
por entre dedos sujos, os meus,
por entre dedos falsos, os dele –
o que insiste que sejamos um.

São nesses desvãos sombrios
do tempo, da vida suspensa
que asas me apartam de nós
e que minhas presas crescem
no desejar suas artérias
onde corre o nosso sangue
que um dia foi todo meu.

É na sede de palavras últimas
que a besta me invade a boca,
fermenta e por mim vomita
a redenção do nada absoluto.

2 comentários:

  1. Wilden

    que essa busca do sangue alheio, lhe faça encontrar no alheio espelho o reflexo que ao vampiro não é permitido ter.

    Abraços!

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