sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Cerração
Cerram-se as abstrações sobre o balcão em que coloco a leilão as minhas lágrimas desaguadas em velhas garrafas de vinho e fermentadas na humildade do corpo, do corpo sempre submisso à autoridade da fome, corpo centro de mesa, corpo fadado à ruína, corpo dor e mente, corpo sempre tão só. Cerram-se as nuvens em um pedaço de terra e de ternura inesgotável em sonhos, presas cadentes em meio a madeira da noite, ranhuras de mistérios enraizados, percepções, desenhos de um alma esculpida à mão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lindíssimo!!!
ResponderExcluirBravo!!!
LINDO DEMAIS!
ResponderExcluirMercedes chega a emocionar, como se sentisse cada palavra
Beijos
Mirze
Maravilha!
ResponderExcluirNão sei se é Mercedes que salienta o texto ou o contrário.
Poesia em todo sentido.
Forte abraço!
Tua "cerração" abriu as comportas lacrimais do
ResponderExcluirmeu ser e adentrou por todos os meus poros; meu
corpo sempre tão fragilizado sentiu-se como uma espuma a evaporar-se no ar, aquele ar rarefeito, disperso, que sempre se vai ad infinitum...!
Belíssimo, esse teu texto, e muito melancólico...!
beijoss
P.S.: achaste o post "leda e o Cisne" violento?
O poema, ou as imagens, ou tudo junto? Conheces
o mito? A história da violência humana existe desde que o Homem nasceu :)