terça-feira, 6 de setembro de 2011

DESTINO

Tenho de morder este frio gelado
E passar esta parede
O chão que quero pisar
Tem as cores arrumadas até ao sangue das palavras
E as pedras ardem em silêncios
E os dias estalam em fogos alucinados
Tenho de passar esta parede
Fincar o pé na espuma branca
E respirar o dia pelos troncos das árvores
E escrever versos no fino equilíbrio das manhãs
Ainda que os dedos abram sulcos no carvão da face
Temos de passar esta parede
E avançar para uma fronteira de rápidos sorrisos
E mãos que acariciam pedras, seios e pássaros
Tu mulher
Atravessas-me a tristeza quando saio para a rua

GED

6 comentários:

  1. GED, morda, sim, a vontade e a poesia e deixe que elas se alinhem feito um exército de palavras.
    Belo poema.
    beijo.
    BF

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  2. Talvez as paredes existam para serem ultrapassadas, e quando a ultrapassagem é feita
    com uma bela poesia o salto se torna mais leve!

    um abraço, GED

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  3. Às vezes Cir, às vezes...
    obrigado.
    beijo

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  4. Passemos então a parede, ainda que a pele se rasgue na passagem...

    muito belo, GED!
    beijo pra ti

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  5. Rasga-se mas reconstrói-se do outro lado, acho eu.

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