Meu nome não tem cor. Meus olhos são claros embora sejam escuros, são olhos em busca do firmamento. Minha pele é mutante. Minha pele é como eu a vejo, do branco ao preto, azul, marrom, pele sem geografia e atenta, pele de ritmo e de linhas. É uma pele com asas de borboleta, um tecido que me é um ninho e também o seu abandono. Minha pele me descasca, queima, acaricia, faz-me sombra e chuva, rega-me. Minha pele não existe quando eu sinto e escrevo. Quando eu escrevo, minha pele cede lugar a minha carne e a minha substância, e a minha carne e a minha substância são a minha pele e o meu nome. O meu nome não tem cor, tem amor, assim como a minha pele.
Maravilhosa essa chamada de atenção para o que nos forma. nome, pele e carne: tantas substânciasnos enformam,um nós com voz.
ResponderExcluirmuito bonito...