terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dois poemas de Mariana Botelho



Ato


um poema me deixou um sismo na carne
me arqueou o corpo
e traçou em minhas costas itinerários de espuma.

com um gosto de cor
na boca
deixei cair pulsante um
longo beijo
morno

***

Abstrato

eu nunca beijei um poema.
no entanto ele está aqui
roçando leve minha
boca

nas horas dos
mais
doidos
silêncios

2 comentários:

  1. adorei o poema. e o blog, parabéns. já linkei seu blog no meu. tchau

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  2. Vim pelo caminho difícil,
    a linha que nunca termina,
    a linha bate na pedra,
    a palavra quebra uma esquina,
    mínima linha vazia,
    a linha, uma vida inteira,
    palavra, palavra minha.

    Paulo Leminski

    (Sinto-me-agora, somente por hoje- mais afim compartihando um poema que escrevendo comentários; parabéms, poeta e leitora)

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