domingo, 23 de janeiro de 2011

Com as bençãos de Ivete

Não é novidade que meu amor por Salvador vem diminuindo nesses últimos anos. Eu sei que é uma bela cidade, pois já tive oportunidade de conhecer outros lugares do mundo e reconheço que aqui tem um encanto: é uma cidade ensolarada com pessoas que riem muito, falam alto, dançam pagode, arrocha e o que mais tocar, tomando a “brejinha” a qualquer hora do dia para não atrapalhar o serviço.

Acho que nossa relação está desgastada como casamento depois de um tempo. Nunca casei, mas conhecidos que já cometeram essa loucura afirmam que isso é normal e quando chega essa fase temos que nos apegar a Deus.

Pronto, cheguei ao ponto certo, descobri o problema. Eu não acredito em Deus pelo menos não nesses deuses apregoados pelas religiões. Como não peço para eles me ajudarem, eles não se esforçam em melhorar nada. Terei, então, que fundar uma religião e já pensei em tudo, será uma religião tipicamente baiana, genuinamente baiana. Assim vou poder usufruir um pouco mais da minha “querida” cidade que anda tão cara. O custo de vida aqui está na hora da morte.

O templo será móvel montado num caminhão, os louvores têm que descer até embaixo, vamos molhar amendoim na cerveja para o sangue escorrer pelo nosso álcool, a cada celebração usaremos camisetas coloridas com design diferente e tudo ao comando da pastora Ivete que a ela os santinhos ajudam e muito. Afinal, não queremos “preju”, não é?

Pregaremos a paz, a não violência, a tolerância, o respeito, a igualdade, os direitos e, principalmente, praticaremos tudo que falarmos.

OPS! Aí é que começo a me dar mal. Eu ainda não internalizei que para ser religião você tem que dizer uma coisa e fazer o oposto e ainda receber milhões por isso.

É, nem bem fundei meu negócio, já afundei. Que Ivete nos proteja!

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