sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um poema de Arthur Rimbaud



A ETERNIDADE

Tradução: Augusto de Campos

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.

Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.

Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.

De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.

Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.

Arthur Rimbaud nasceu em Charleville, França (1854-1891)

8 comentários:

  1. Ci, começo de flerte com o Rimbaud, e vc é a cupida! rs Obrigada pelo post. Beijos

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  2. Quanta honra, Tânia, e quanta responsabilidade :) !!!

    beijos

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  3. Cirandeira,


    L'enfant terrible espraia o seu Lirismo [Aquele sem Esperança...], antes da Fúria.





    Um beijo!

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    Respostas
    1. Pois é, Marcelo, para quem ousou conhecer o
      Inferno da alma humana como ele ousou conhecer, é difícil não se "enfurecer" e
      mais difícil ainda ter Esperança, não é?

      um beijo

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  4. Adoro Rimbaud! E com tradução de Augusto de Campos, ficou maravilhoso!

    Obrigada, Cirandeira!

    Beijos

    Mirze

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  5. Invade-mos a todos a eternidade
    De todos os dias que passam.
    Sublime

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  6. Pasando a saludar.
    Te invito a que leas un poema mio en el Blog de Boris Estebitan.
    Se titula caminando bajo la luz de la luna.

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