domingo, 5 de junho de 2011

REBENTO

Um dia, eles acordaram manhã cedo.
Ao sair, para os terrenos em volta, ele viu um pequeno rebento de pinheiro selvagem que despontava.
Sem saber muito bem porquê, chamou-lhe a atenção, talvez pelo verde intenso que irradiava. Chamou-a e mostrou-lhe o rebento e também ela se admirou do verde intenso e até inventou uma pequena névoa ao redor.
Tomaram o pequeno almoço e cada um foi fazer a sua vida.
Estranhamente, volta e meia pensavam no pequeno rebento.
No fim da tarde regressados a casa, viram uma cabra se aproximando do rebento com um olhar voraz. De pronto a afastaram. Alguma coisa lhes dizia que este rebento tinha de ser protegido.
E foram meses e anos de protecção tenaz, tanto dele como dela e o pinheiro foi crescendo.
Hoje, tem quinze metros de altura, domina tudo em redor como uma sentinela.
E eles sentam-se amiúde à sombra dele. E juram que não é o vento que faz mexer as folhas. O pinheiro lhes sussurra palavras de encanto e bemquerer.
E eu acredito.

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