quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sobre 'Malas', Turmas e Vãs Filosofias


Tem gente que não admite crítica e ao mesmo tempo tenta impôr sua vã filosofia para todos, quer universalizar sua chatice. Muitos desses podem ser chamado de 'malas'.

Os que não querem saber de turmas, aqueles que não se enquadram nas aglomerações sociais, nos discursos românticos das minorias participativas, não são filiados a sindicatos, ongs, associações, grêmios e o escambau são chamados de individualistas ou egoístas. Alguns individualistas também são malas, porque são individualistas e a humanidade nasceu para ser solidária, essa é uma imposição social. Questionável, of course.

'Ai' daqueles que têm a ousadia de questionar a ordem pré estabelecida de nossos dias, que é bem diferente da ordem de outros tempos, dos tempos da ditadura, por exemplo. Hoje a ordem é ser politicamente correto. Esses são os bacanas, os "balas" porque defendem os direitos das minorias, do meio ambiente, dos que não têm voz, dos que não têm renda. Quem assim não fizer ou participar estará fadado ao limbo social do fascismo, porque a pior coisa do mundo, hoje em dia, é ser chamado de fascista.

O grande equívoco de toda essa discussão - que, enfatizo, não vai levar a nada - é a generalização. A generalização é o grande equívoco de tudo. Existem turmas legais, como o pessoal do ciclismo que gosta de dar uma banda no fim de tarde e turmas completamente 'malas', como alguns ecologistas que exigem que se coloque lâmpada branca na sala, porque ecológicamente correto. Ou aqueles babacas que desprezam tudo o que a grande mídia diz, só porque é a voz da grande mídia.

Eu, de minha parte, prefiro ser 'mala' do que ter turma. Prefiro ficar na minha observando os movimentos da vida e atirando pedra, com luvas de pelica, no coração e na alma do pensamento caduco.

2 comentários:

  1. Mala, quando é boa, não rasga nem solta as alças. Vira praticamente um par de havaianas :)
    beijo

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  2. Bípede, esse post é fruto de uma discussão tendo em vista artigo do DAvid Coimbra publicado na Zero Hora de POA, de sexta feira que começa assim:

    Eu não tenho turma


    Os petistas são uns malas. Os ecologistas inimigos dos sacos plásticos, os budistas meditadores, os (cruzcredo) veganos, as feministas, os defensores dos animais, todos esses são uns malas. Insuportavelmente malas também são os evangélicos, os mórmons de camisa de manga curta, os católicos recitadores da Bíblia, os liberais de fóruns e os idiotas que suspiram pela ditadura. Malas, e além de malas tacanhos atrasados, são os racistas de qualquer cor, mas alguns integrantes do Movimento Negro também sabem ser malas. Os antitabagistas são malíssimos e a Massa Crítica aquela é uma mala pedalante. Os malas modelo 2011 saltaram de um repositório de malas: a Academia. São os linguistas e intelectuais que juram que há quem sofra com o “preconceito linguístico”. Eu aqui bem posso ser um tremendo mala, mas pelo menos não fico tentando cooptar os outros para a minha malice, nem crio sites em defesa da minha malice, nem saio a gritar que a minha malice é a salvação do planeta. Vocês, malas organizados, fazem isso. Não me encham o saco, seus malas!


    Um jornalista chamado Vitor Necchi publicou no facebook essa resposta:

    Eu Tenho Turma

    Quando me sinto cansado demais, quando tenho muito o que fazer, quando fico tenso, quando o dia e a semana exigem e parece que o tempo não será suficiente para tudo, nesses momentos fraquejo e tenho vontade de chorar. Hoje foi um dia assim. Pelo menos em dois momentos quase chorei, mas me contive, porque frescura tem hora, né? Mas o fato é que esta sexta-feira, que nem diria um saudoso e sensível ex-aluno, esta sexta-feira veio de gangue pra cima de mim.
    Logo cedo me irritei profundamente com a crônica do David Coimbra em ZH. Intitulada “Eu não tenho turma”, ele dispara sua cólera retórica contra petistas, ecologistas, budistas meditadores, veganos, feministas e defensores dos animais, todos perfilados sob o mesmo adjetivo: malas. Seguindo a verve de cronista esperto, ele dispara contra alguns religiosos, liberais, saudosistas da ditadura, racistas, integrantes do movimento negro, antitabagistas, o pessoal da Massa Crítica e linguistas e intelectuais que discutem preconceito linguístico. David Coimbra se mostra irritado com os malas organizados que enchem o saco dele. E dispara: “Eu não tenho turma, eu não quero ter turma, com exceção das pessoas de quem gosto, que não formam uma associação, que não são ONG (malas!), nem movimento de coisa nenhuma”.
    Pois num dia que se iniciou me irritando com o texto do David Coimbra e que me deu vontade de chorar durante seu desenrolar em razão da loucura da vida, esse dia terminou há pouco e eu sorri porque sou um mala. Tive vontade de sorrir, sobretudo, porque tenho amigos malas que acreditam no poder que têm de transformar o mundo, por mais clichê que isso possa soar para os espertos que não gostam dos malas que se agrupam em torno de causas comuns.

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